L. Leiva 'confunde' convocação com filha e usa experiência para ir à Copa

Fernando Duarte

Do UOL, em Londres (ING)

  • Toby Melville/REUTERS

    Lucas Leiva (c) foi uma das novidades da convocação de Felipão para os amistosos contra Coreia e Zâmbia

    Lucas Leiva (c) foi uma das novidades da convocação de Felipão para os amistosos contra Coreia e Zâmbia

Quando o telefone celular começou a apitar, Lucas Leiva automaticamente preocupou-se com a possibilidade da chegada antecipada de sua filha – a mulher do jogador, Ariana, está grávida de oito meses. Embora duas graves lesões tenham sido o principal fator para que o meia do Liverpool não disputasse nenhuma partida pela seleção desde novembro de 2011, ele ainda não havia sido chamado por Luiz Felipe Scolari mesmo depois de voltar à atividade na equipe inglesa. Por isso, não estava tão esperançoso em relação à lista de hoje do treinador.

"Estava levando dois amigos ao aeroporto de Manchester e um monte de mensagens começou a chegar. Pensei que podia ser o bebê, mas quando fui ver, eram colegas e amigos me dando os parabéns pela convocação. Já não era chamado há algum tempo, então foi uma surpresa bem agradável", disse Lucas em entrevista ao UOL Esporte. "Faltam poucos jogos para a Copa e então é sempre bom ter uma chance. Fiquei feliz como na primeira vez em que fui convocado".

A tal primeira convocação foi em 2006, e os torpedos no celular do meia do Liverpool vinham, entre outros, de Ramires e Thiago Silva, jogadores que ao lado de Lucas Leiva hoje acumulam convocações de três treinadores diferentes na seleção. Chamado por Dunga para amistosos e para a Olimpíada de Pequim-2008 e figura frequente no início da era Mano Menezes até machucar gravemente o joelho, no final de 2011, Lucas, apesar dos 26 anos, é um veterano que agora busca reinício sob a gestão de Felipão.

"Conheço os jogadores, e é claro que já ter jogado com muitos deles vai ser algo a meu favor. Mas nunca trabalhei com o Felipão e preciso mostrar para a comissão técnica que mereço fazer parte do grupo", explicou o meia.

Lucas reconhece que sua chegada ocorre num momento em que a disputa por vagas no meio de campo é a mais acirrada na seleção, ainda mais depois de Felipão reintegrar Ramires. Para vencer a concorrência, ele aposta na experiência e no fato de atuar em seu clube exatamente na função para a qual Felipão busca alguém.

"Há vários jogadores fortes para a posição, e todo mundo quer ir à Copa. O Luiz Gustavo foi genial na Copa das Confederações. Acredito que posso ajudar por ter experiência na Europa e por atuar nessa função de contenção por meu clube. Quero fazer por merecer a confiança do Felipão, mas também quero deixar uma dúvida na cabeça dele", completou Lucas, bem-humorado.

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A rigor, o ex-gremista tem sido um dos brasileiros mais regulares no futebol europeu, mesmo com as lesões. Ídolo no Liverpool, ele superou um começo inseguro, em que foi transformado de meia ofensivo ganhador da Bola de Ouro no Brasil em volante pelo então treinador, Rafa Benitez. Já foi eleito duas vezes o melhor jogador da temporada pelos torcedores.

Lucas ganhou também a chance de poder ser o segundo jogador de sua família a representar o Brasil num Mundial. Seu tio, Leivinha, foi à Copa de 1974. "Seria uma honra para a família se eu tivesse essa chance também. Minha avó, dona Lainé, ia ficar orgulhosa de ter um filho e um neto na seleção. Mas só posso pensar nisso se corresponder em campo. Tenho que trabalhar para merecer ser chamado outras vezes", desconversou, rapidamente.

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