Corpo do ex-goleiro Gylmar é velado em SP; enterro acontece às 15h
Do UOL, em São Paulo
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Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Família vela corpo do ex-goleiro Gylmar, morto no último domingo
O corpo do ex-goleiro Gylmar dos Santos Neves, que morreu na tarde deste domingo (25), está sendo velado desde o início da manhã desta segunda-feira (26) no Cemitério do Morumbi, em São Paulo. O enterro está marcado para as 15h, no mesmo local.
Gylmar estava internado no Hospital Sírio Libanês desde o começo da última semana com diagnóstico de infecção urinária que ficou agravado por um quadro de desidratação, antes de sofrer um infarto que o deixou inconsciente. Os médicos consideravam seu estado irreversível. O ex-jogador havia completado 83 anos de idade na quinta-feira (22).
O ex-goleiro, campeão mundial com a seleção brasileira em 1958 e 1962, tinha a saúde frágil há 13 anos, quando sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que deixou sequelas como perda do movimento em 40% do corpo.
Considerado como um dos melhores goleiros de todos os tempos, Gylmar é ídolo do Santos e do Corinthians. Conquistou os títulos paulistas de 1951, 1952 e 1954, e o Rio-São Paulo também de 1954 pelo Timão, e ganhou dois mundiais e duas Libertadores com o Peixe, além de diversas outras conquistas na equipe que marcou a história do futebol ao lado de Pelé.
SAIBA QUEM FOI GYLMAR DOS SANTOS NEVES
Relembre a história do ex-goleiro
Nascido em Santos no dia 22 de agosto de 1930, Gylmar começou sua carreira no Jabaquara e chegou ao Corinthians em 1951 sem alarde, como parte da negociação com o meio-campista Ciciá, depois de ser o goleiro mais vazado do Campeonato Paulista pelo time da Baixada.
Principal contratação na ocasião, Ciciá amargou o esquecimento, enquanto o goleiro Gylmar se transformaria em um dos melhores que o país já teve. Sua história no Corinthians, porém, não começou bem, já que ele foi considerado culpado por uma derrota por 7 a 3 para a Portuguesa, e chegou a ser afastado pelo técnico Oswaldo Brandão.
No restante daquela temporada, Gylmar amargou a reserva, mas recuperou espaço durante uma excursão que o clube fez pela Europa, no ano seguinte. Gylmar foi um dos heróis da conquista do bicampeonato paulista em 1954, um título histórico, marcado pelo quarto centenário da cidade de São Paulo. Com a titularidade do Corinthians conquistada, ele chegou à seleção brasileira.
Na campanha do primeiro título mundial do Brasil na Suécia, em 1958, Gylmar atuou como titular. Mesmo valorizado, acabou sendo envolvido em uma polêmica transferência para o Santos, e sua saída do Corinthians não foi amistosa.
Em 1961, Gylmar era contratado pelo Santos após ser acusado pelo presidente Wadih Helou de simular uma contusão para facilitar a transferência. A saída polêmica não apagou seus feitos no Parque São Jorge, e muitos corintianos ainda o consideram o melhor goleiro que já passou pelo clube.
Gylmar dos Santos Neves
Aos 30 anos de idade, Gylmar iniciava sua trajetória no Santos. Juntou-se a craques como Pelé, Zito, Coutinho e Pepe e acabou se tornando um dos jogadores com mais títulos na história do futebol brasileiro, ganhando tudo o que disputou: mais uma Copa do Mundo (a do Chile, em 1962), o bi mundial e da Libertadores (1962 e 1963), cinco Taças Brasil seguidas (de 1961 a 1965), cinco paulistas (1962, 1964, 1965, 1967 e 1968) e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1968), precursor do Campeonato Brasileiro. Encerrou a carreira em 1969, festejado como o melhor goleiro da história do Santos.
Mas foi jogando pela seleção brasileira que Gylmar escreveu definitivamente seu nome na história. Titular absoluto nas duas primeiras conquistas mundiais do Brasil, em 1958 e 1962, ele passava segurança enquanto Pelé, Garrincha e Vavá asseguravam os gols.
Na sua última Copa, em 1966, dividiu a posição com Manga. E, assim como ele, o Brasil também não era mais absoluto: caiu diante de Portugal. Para Gylmar, o prejuízo nem foi tão grande: ele já havia carimbado seu nome na história do futebol brasileiro.