Protesto contra privatização do Maracanã ocupa sede da Odebrecht

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Vinicius Konchinski/UOL

    Manifestantes ocupam portaria do prédio em que fica a sede da Odebrecht no Rio de Janeiro

    Manifestantes ocupam portaria do prédio em que fica a sede da Odebrecht no Rio de Janeiro

Cerca de 50 manifestantes ocuparam nesta quarta-feira a portaria do prédio em que fica a sede da Odebrecht no Rio de Janeiro para cobrar o cancelamento da privatização do Maracanã. A empreiteira é líder do consórcio que ganhou a concorrência pela concessão do estádio, o Maracanã S/A. Com tambores e bandeiras, os ativistas pedem que ela desista de administrar a arena e a devolva ao Estado.

O protesto na sede da Odebrecht foi organizado pelo Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro e a Frente Nacional dos Torcedores. A ocupação durou três horas.

Os ativistas pedem que a concessionária desista da concessão do estádio. Segundo eles, os planos da empresa para a arena e o seu entorno não favorece o uso público do Maracanã nem a presença de pessoas mais pobres nos eventos no estádio. "Não vamos deixar a Odebrecht em paz enquanto ela não sair do Maracanã. O Maracanã tem que voltar a ser o estádio público que sempre foi", disse Gustavo Mehl, um dos líderes da manifestação desta quarta.

A Maracanã S/A ainda tem a chance de devolver a administração do estádio ao governo do Rio de Janeiro. Isso porque o governador Sérgio Cabral decidiu mudar o projeto de privatização do complexo e percebeu que isso pode comprometer a viabilidade econômica do negócio.

No último dia 2, Cabral afirmou que o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare não seriam mais demolidos, diferentemente do projeto original da concessão. Ao anunciar o cancelamento das demolições, o governador deu 20 dias para a Maracanã S/A decidir se gostaria ou não de permanecer à frente do estádio.

Oficialmente, a empresa ainda não se decidiu. Ela, no entanto, está elaborando um novo plano para viabilizar a concessão mesmo após as mudanças feitas pelo governo. O comitê popular, no entanto, é contra. "O Maracanã é um espaço simbólico do Rio de Janeiro e do Brasil que deve se manter público e popular", cobrou o comitê..

No início da tarde, o presidente da Maracanã S/A recebeu os manifestantes. Em nota, a concessionária confirmou que pretende continuar à frente do Maracanã. "Nos próximos dias, a concessionária, que assumiu a operação do Maracanã e do Maracanãzinho por meio de licitação, entregará ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, poder concedente, estudo propondo mudanças no projeto original da concessão, respeitando rigorosamente o objeto do contrato e garantindo sua viabilidade", informou.

Procurado durante o protesto, o governo do Rio informou que ainda espera uma posição da concessionária para definir o futuro da concessão do Maracanã. O prazo para que a empresa se pronuncie termina na segunda-feira.

*Atualizada às 20h30

Obras no Maracanã
Obras no Maracanã

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