Jogos da Copa poderão ser interrompidos por causa do calor, confirma Fifa
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
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João Alvarez/UOL
O calor em estádios como a Fonte Nova (f) pode paralisar partidas da Copa do Mundo
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, visitou na terça-feira a cidade de Manaus, uma das sedes mais quentes da Copa do Mundo de 2014. Na quarta-feira, já no Rio de Janeiro, ele confirmou que as partidas do Mundial poderão ser paralisadas por árbitros caso sejam realizadas em dias de muito calor.
Segundo Valcke, o regulamento da Copa já permite que as partidas sejam interrompidas caso o árbitro considere necessário. Afirmou ainda que o corpo médico da Fifa vai monitorar as condições meteorológicas em que acontecerá cada jogo para orientar sobre a necessidade de paradas técnicas para hidratação de jogadores.
"O árbitro terá a possibilidade interromper duas ou três vezes cada jogo. Quem se opuser a isso é um irresponsável", disse o secretário-geral da Fifa, em conversa com jornalistas. "O mais importante é saúde dos jogadores."
Valcke, entretanto, descartou qualquer possibilidade de alterar a tabela da Copa do Mundo por causa de questões climáticas. Apesar de sindicatos de jogadores já terem demonstrado preocupação com o horário das partidas e o calor nas cidades-sede, ele disse que jogos de futebol já foram realizados em climas muito menos favoráveis do que o do Brasil.
"Já foram jogadas partidas em cidades que fazem muito mais calor do que em Manaus", afirmou ele. "A decisão sobre a tabela não foi tomada por mim, sozinho. Foram consultados peritos, médicos, etc. Talvez não dê para fazermos uma partida de futebol no verão do Qatar, mas isso não acontece no Brasil."
Obras da Copa
Preparação
Ainda sobre Manaus, Valcke elogiou a preparação da cidade para o torneio da Fifa. Disse que o estádio da capital do Amazonas ficará muito bonito e pronto dentro do prazo combinado –dezembro deste ano.
Os outros estádios visitados por Valcke nesta semana também receberam elogios. Na segunda-feira, o secretário da Fifa esteve no Itaquerão, em São Paulo, e na Arena da Baixada, em Curitiba. Ele disse que a arena paulistana é a uma "casa perfeita para o futebol". Disse ainda que o estádio paranaense não lhe causa preocupação.
"Fizemos um acordo com a diretoria do Atlético-PR [proprietário da Arena da Baixada] para que o projeto de instalação da cobertura retrátil seja posto em prática depois da Copa para não termos problema com o cronograma", explicou Valcke. "Eles aceitaram isso e não há mais preocupação sobre a entrega do estádio."
Valcke, entretanto, evitou falar sobre as obras de mobilidade e aeroportos dessas cidades. Segundo ele, essa não é a prioridade da Fifa, apesar da entidade monitorar o andamento desse tipo de projeto. Sobre os aeroportos, por exemplo, o secretário da Fifa afirmou que espera que tudo funcione bem. Para ele, porém, não há nenhum grande problema se nem tudo estiver 100% concluído até a Copa.
"Se houver a necessidade de estruturas temporárias nos aeroportos, eles vão ter", complementou. "Os aeroportos talvez não fiquem todos prontos para a Copa, mas um ano depois eles vão estar prontos. Isso ficará disponível para outros eventos."
Reposta a Paes
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, já criticou à Fifa justamente por não se importar muito com o andamento de obras que não sejam as dos estádios da Copa. Valcke foi questionado sobre o assunto nesta quarta. Evitou entrar em polêmica com Paes, mas respondeu: "É sempre o mesmo discurso da parte dele. Se até agora ele não entendeu o que é a Copa, ele deve esquecer o torneio e cuidar só da Olimpíada."
"Estamos aqui para realizar os eventos e somos profissionais. A organização de uma Copa do Mundo é uma parceira ente as autoridades, o COL e a Fifa.", complementou. "Agora, nós somos um alvo fácil. É fácil culpar a Fifa por tudo."
*Atualizada às 19h33