Neymar tem chance inédita de confrontar os melhores antes de juntar-se a eles

Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Flávio Florido/UOL

    Neymar faz exercício de finalização; atacante terá grande chance de se destacar diante dos melhores

    Neymar faz exercício de finalização; atacante terá grande chance de se destacar diante dos melhores

Quando deixou o gramado de Yokohama depois da goleada de 4 a 0 do Barcelona sobre o Santos, Neymar disse ter recebido uma "aula". Hoje, ele não está mais no papel de aluno. Neste domingo, contra a Espanha, na final da Copa das Confederações, o camisa 10 do Brasil terá a chance inédita de confrontar os melhores do mundo imediatamente antes de juntar-se a eles.

Durante todo o torneio, Neymar foi o grande foco da imprensa estrangeira e dos jogadores rivais. De dentro da Copa, Xavi, Del Bosque e Balotelli falaram sobre o atacante. De fora, Messi, Cruyff e Figo foram alguns que também deram um pitaco sobre o hoje jogador do Barcelona, que também teve tempo de ser criticado por Maggio e Lugano.

As opiniões variaram entre elogios ao futebol apresentado, projeções sobre a parceria com Messi e as tradicionais críticas a um suposto "cai-cai". A fala que melhor resume todo esse processo, no entanto, foi de Arbeloa, lateral que terá de marca-lo na decisão deste domingo.

"Olhava a internet e via as jogadas que fazia, seus gols. São arranques muito curtos. Eu gostei mais do que eu esperava. É um jogador muito vertical que tem saída para os dois lados, usa bem as duas pernas. Não me parece o típico brasileiro que retém a bola como esperava de um jogador com tanta qualidade técnica. Se as pessoas falam tão bem dele é por algum motivo. Me parece um grandíssimo jogador", avaliou o jogador.

Criado e mantido no Santos desde as categorias de base, Neymar é um caso raro de jogador que atingiu um nível elevado de popularidade sem ter saído do Brasil. Hoje, por exemplo, ele é uma das principais estrelas das campanhas publicitárias da Nike ao lado dos principais craques europeus, mesmo sem ter se habituado a eles.

Essa distância começou a ser encurtada na Copa das Confederações, o primeiro torneio de alcance global que ele disputa. Até então, Neymar tinha aparecido para o mundo em amistosos da seleção, pela Copa América de 2011 e pelas Olimpíadas de Londres, mas sempre com ares de novidade.

Hoje, recém-vendido ao Barcelona, Neymar já pode se considerar "um deles". Bem ou mal, falou-se muito do atacante até agora, ele tem correspondido. Decisivo nos três primeiros jogos, ele conseguiu entrar na lista dos candidatos a Bola de Ouro da competição, com grandes chances de ser o escolhido. Seu desempenho na final, no entanto, deve ser o grande legado de imagem para a posteridade.

Neymar é quem mais dribla (5 por jogo), finaliza (2,8) e recebe bolas (35,8) na seleção brasileira. Passa por ele, portanto, boa parte das chances de vitória diante da Espanha. Se cumprir sua missão, ele chegará a Barcelona ainda mais cercado de expectativa. Caso falhe, certamente será cobrado pelo fracasso. Tudo dentro do esperado para alguém que, agora, já está entre os melhores. 

Neymar
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