Custo de aeroportos da Copa aumenta R$ 1,6 bi; estádios sobem R$ 600 mi
Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
O custo da reforma dos aeroportos para a Copa do Mundo de 2014 aumentou R$ 1,6 bilhão de acordo com o Ministério do Esporte. Nesta segunda-feira, o secretário-executivo do órgão, Luis Fernandes, revelou novos dados da chamada Matriz de Responsabilidades do torneio e informou que o valor das obras em terminais aéreos passou de R$ 6,8 bilhões para R$ 8,4 bilhões –alta de 24%. "Esse aumento é de investimentos privados que estão sendo feitos em aeroportos do país", complementou ele, em entrevista no Rio de Janeiro.
A Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo enumera todos os investimentos em curso visando ao Mundial. Em julho, o governo deve lançar uma versão atualizada do documento, com novos valores. A versão atual da matriz é de abril.
No novo documento, o custo da reforma e construção dos estádios para a Copa será R$ 600 milhões maior que o atual. Na matriz de abril, o governo informa que as obras custarão pouco mais de R$ 7 bilhões. Após o reajuste no custo do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, e do Maracanã, no Rio, esse custo já atingiu os R$ 7,6 bilhões.
No geral, conforme o UOL Esporte já havia informado, o custo de todos os projetos ligados à Copa já é de R$ 28,1 bilhões –cerca de 10% a mais do que os R$ 25,5 bilhões anunciados em abril. No primeiro plano de investimentos do governo para o Mundial, a previsão era que seriam gastos R$ 33 bilhões.
A maior parte dos investimentos ainda é em obras de mobilidade urbana em cidades-sede do torneio. Em abril, elas já custavam R$ 8,5 bilhões. Hoje, de acordo com o Ministério do Esporte, já chegam a R$ 8,9 bilhões.
Os outros investimentos em portos, telecomunicações, segurança e turismo permanecem praticamente estáveis desde abril. Juntos, eles correspondem a R$ 3,2 bilhões.
CONFIRA A EVOLUÇÃO DOS CUSTOS DA COPA DO MUNDO DE 2014
Investimento | Abri/2013 | Atual | Aumento |
Estádios | R$ 7 billhões | R$ 7,6 bilhões | 9% |
Mobilidade urbana | R$ 8,5 bilhões | R$ 8,9 bilhões | 5% |
Aeroportos | R$ 6,8 bilhões | R$ 8,4 bilhões | 24% |
Portos* | R$ 675 milhões | R$ 700 milhões | - |
Telecomunicações* | R$ 371 milhões | R$ 400 milhões | - |
Segurança* | R$ 1,9 bilhão | R$ 1,9 bilhão | - |
Turismo* | R$ 212 milhões | R$ 200 milhões | - |
Total | R$ 25,5 bilhões | R$ 28,1 bilhões | 10% |
- *Valores aproximados. Valores exatos ainda não foram divulgados pelo governo
Ainda de acordo com o secretário-executivo do ministério, no próximo balanço do andamento das obras da Copa do Mundo de 2014, o governo federal deve informar quanto comprometeu com isenções e subsídios para a preparação do torneio, inclusive com as dos estádios. A divulgação desse valor foi uma determinação do TCU (Tribunal de Contas da União), que já estimou os custos desses benefícios concedidos pela União.
De acordo com o órgão, a participação do governo federal da Copa do Mundo inclui R$ 329 milhões em isenção de impostos federais às construtoras que trabalham nos estádios e R$ 189 milhões que o BNDES abriu mão para oferecer financiamentos a juros abaixo do mercado para quem tocava obras para o Mundial.
AO CONTRÁRIO DO QUE DIZ DILMA, UNIÃO PÕE R$ 1,1 BILHÃO EM ESTÁDIOS
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Ao contrário do que afirmou a presidente da República, Dilma Rousseff, em pronunciamento na sexta-feira, há sim dinheiro federal em obras de estádios da Copa de 2014. E não é pouco. Somados os incentivos fiscais, subsídios em empréstimos e até participação em arenas, a União já comprometeu cerca de R$ 1,1 bilhão com os locais para jogos do Mundial.