Manifestantes pedem "mais pão e menos circo" no caminho para o Castelão

Gustavo Franceschini e Luiz Paulo Montes

Do UOL, em Fortaleza

Cerca de 10 mil manifestantes, de acordo com a polícia, ocupam a avenida Alberto Craveiro, a principal via de acesso ao estádio Castelão, em Fortaleza, na manhã desta quarta-feira, horas antes do duelo entre Brasil e México, a segunda partida da seleção na Copa das Confederações 2013. Com faixas e gritos de ordem, eles pedem "mais pão e menos circo" no país.

O acesso ao estádio está bloqueado pelo protesto. A polícia recomenda que as pessoas que chegam ao estádio peguem um acesso alternativo, em uma rua à direita no início da av. Alberto Craveiro. Segundo a polícia, o bloqueio ocorreu em razão de um temor que os manifestantes quebrassem carros ou realizassem outros atos de vandalismo. Esse bloqueio, aliás, teve que recuar, devido a quantidade de pessoas, que aumenta a cada minuto.

As 10 mil pessoas avançam em direção ao Castelão, aos cantos de "Sem violência. Deixa passar, deixa passar. O povo está unido e o Brasil vai melhorar", e quem já alcançou a barreira policial canta: "Você aí parado também é explorado". Alguns policiais deixam claro que concordam com os gritos.

Os protestantes também pedem que a barreira policial abra. Caso realmente isso ocorra, a cavalaria está postada mais próxima do estádio e, além dela, há uma tropa de choque postada.

De acordo com o Coronel Mendonça, comandante da operação no local, a polícia está armada com balas de borracha e bombas, e formou um cordão em frente ao estádio, para evitar avanço dos manifestantes de forma não-pacífica.

"A cultura aqui é de paz. Temos que dar um jeito de fazer as pessoas chegarem ao estádio sem problemas, e que tanto manifestação como a chegada convivam sem problemas", declarou o coronel.

A polícia também pediu para que  fotógrafos presentes no local tirassem o colete cedido pela Fifa que usavam. A justificativa foi "medo de agressão", mas nenhum ato violento ocorreu no local até o momento.

O cenário é o mesmo das manifestações em outras sedes do torneio, com gritos contra a realização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo no Brasil. Entre as faixas e gritos, estão algumas curiosas, como "Saúde e educação no padrão Fifa" e "Brasil vamos acordar, o professor vale mais que o Neymar."

As pessoas são, em sua maioria, estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC), mas também há pessoas com camisas do MST, da UNE e de sindicatos. 

Uma situação provocou salva de palmas no local: a polícia pediu para que dois caminhões passassem no meio das pessoas para retirar pedras e entulhos existentes na região. O coronel conversou com líderes da manifestação, que pediram para que os veículos passassem por outro caminho. O pedido foi aceito e aplaudido.

  • Manifestante pede "mais pão e menos circo" em frente ao Castelão, em Fortaleza

Protestos na Copa das Confederações
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