Manifestação contra a Copa 'pega carona' no Concentra BH na Praça da Estação

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

  • Bernardo Lacerda/UOL

    Manifestante exibe pedido de paz em camisa perto de policiais da Tropa de Choque em BH

    Manifestante exibe pedido de paz em camisa perto de policiais da Tropa de Choque em BH

A transmissão do jogo de abertura da Copa das Confederações, entre Brasil e Japão, que aconteceu em Brasília, se misturou aos protestos em Belo Horizonte. Os manifestantes, que saíram da Savassi, na Zona Sul, e caminharam até a Praça da Estação, no centro, onde acontecia o evento chamado "Concentra BH", organizado para a população acompanhar a estreia da seleção brasileira.

Apesar de pacíficos, os manifestantes conseguiram chamar atenção de quem assistia ao jogo e fecharam parte Avenida dos Andradas, no centro de Belo Horizonte. Eles foram até a o local onde foi organizada festa com shows musicais e transmissão do jogo do Brasil para convidar o restante da população para se juntar ao protesto.

"Da Copa abro mão, pela educação", foi um dos slogans gritados pelos manifestantes, alguns deles com lenços no rosto para se protegerem de gás lacrimogênio, em caso de confronto com a Polícia Militar, que não aconteceu. Muitos cartazes e bandeiras de partidas políticos se destacavam no meio da manifestação.

Os protestantes ficaram parados nas imediações da Praça da Estação, onde cerca de 2 mil pessoas acompanhavam ao jogo do Brasil, em telões, em evento organizado pela prefeitura de Belo Horizonte, por quase meia hora. A tropa de choque da Polícia Militar ficou posicionada em uma rua lateral ao tumulto, porém, não precisou intervir.

A todo momento, os líderes da manifestação, que se utilizavam de megafones para orientar aos protestantes, pediam para que não acontecessem vandalismos e confrontos com a Polícia Militar. Duas pessoas foram revistadas pela PM, pois portavam pedras, porém, após jogarem o material fora, foram liberados para seguirem com o grupo.

Os manifestantes se mostraram contra a transmissão do jogo e pediram para que os torcedores esquecessem a partida e se voltassem à causa. Do lado de dentro do evento, curiosos chegaram próximos às grades de proteção, porém, como a praça foi cercada com tapumes de ferro, não tiveram muito contato visual com a manifestação.

  • Bernardo Lacerda/UOL

    Manifestantes, que fizeram passeata desde a Savassi, chegam ao "Concentra BH" na Praça da Estação

No final da manhã, houve a Copelada, quando manifestantes durante alguns minutos jogaram a tradicional pelada de rua, em plena Praça da Savassi. Convocada pelo facebook do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa, o texto convidava os 'peladeiros' da capital mineira: "Monte seu time de 5 jogadores e venha disputar a competição mais inclusiva de BH!".

Movimento dos atingidos pela Copa se une a estudantes em manifestação em BH

  • Isabella Lacerda/UOL

    Convocada pelo Comitê Popular dos Atingidos pela Copa, a manifestação intitulada Copelada, realizada na Praça da Savassi, na Zona Sul da capital mineira, acabou engrossada por manifestantes, que pelas redes sociais, combinaram um movimento pela redução das passagens de transporte coletivo em Belo Horizonte. A passeata com destino final à sede da Prefeitura contou com a participação de cerca de 4 mil pessoas, de acordo com avaliação da Polícia Militar de Minas Gerais e começou de forma pacífica. Sob o olhar de um grande número de policiais militares, incluindo da Tropa de Choque, os manifestantes, que estavam concentrados na Praça da Savassi, região nobre da capital mineira, conhecida por seus bares, cafés, livrarias e charmosos estabelecimentos comerciais, iniciaram passeata. O itinerário dos manifestantes passa pelas praça da Liberdade e Sete, antes de chega à sede da Prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena.

Depois disso, houve a passeata que chegou até a Praça da Estação. Durante a manifestação, muitos cartazes e faixas podiam ser vistos, além de palavras de ordem contra a Fifa e a Copa do Mundo."A Copa é para o mundo, não para nós", "Não queremos a Copa", "O Brasil é nosso", "Copa do Mundo eu abro mão. Quero saúde e moradia" e outras impublicáveis, referindo-se com palavrões à Fifa. Além da crítica à Copa do Mundo, ano que vem e à Copa das Confederações, que se iniciou neste sábado, o movimento incorporou a bandeira da redução da tarifa de ônibus em Belo Horizonte: "R4 2,80 não".

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