Mexicano De Nigris brinca sobre mico do Santos em contratar irmão errado

José Ricardo Leite
Do UOL, no Rio de Janeiro
Getty Images
Aldo de Nigris faz homenagem ao irmão Antonio, morto após parada cardíaca

A contratação do mexicano Antonio De Nigris, em 2006, é conhecida como um dos maiores micos da história do Santos.  O atacante ficou poucos meses, jogou só duas partidas e marcou apenas um gol. Mas não foi nem esse o motivo do fiasco.

Sua contratação rende até hoje uma mal explicada história de que o desejo real do time da Baixada era na verdade seu irmão, Aldo de Nigris, atual jogador do Monterrey e centroavante titular da seleção mexicana que disputa a Copa das Confederações.

Antonio morreu em 2009 vítima de uma parada cardíaca. Na época de sua ida ao Santos, estava em baixa no futebol chinês e há dois anos não jogava mais pela seleção mexicana. Enquanto isso, Aldo se destacava no Tigres e integrava a seleção nacional do México naquele momento.

O então técnico do Santos, Vanderlei Luxemburgo, comentou com jornalistas que a equipe tinha interesse na contratação do centroavante mexicano De Nigris. E deu referências como se fosse Aldo, do futebol mexicano. Afirmou que o reforço estava vindo do Tigres e que jogava na seleção.

Mas, na semana seguinte, foi apresentado Antônio, quatro anos mais velho e que na época estava atuando na China.

O hoje treinador do Grêmio se irritou na época ao ser questionado sobre a possibilidade do equívoco.

"Que De Nigris errado? Vocês, jornalistas, estão sempre certos. Eu é que estou errado. Será que eu estou ficando maluco? Não ia contratar o jogador errado", esbravejou Luxemburgo.

Aldo de Nigris diz se lembrar da polêmica e de ter sido citado por Luxemburgo. Mas prefere fugir da polêmica e não dizer se era ele ou o irmão o De Nigris "certo" no desejo santista.
"Sim, sim, já ouvi isso. Naquele momento eu estava jogando a Libertadores e foi quando saíram notícias de que era eu [que o Santos queria], mas houve um mal entendido e contrataram meu irmão. Eu acho que eles gostaram mais dele", brincou, em entrevista ao UOL Esporte.

"Ele [Antonio] estava na Turquia [sic] na época e falaram que era eu [o contratado]. Acho que foi o Luxemburgo que falou de mim, mas era ele [Antonio] mesmo. Agora não sei, não sei. É um mal entendido que ficou, mas teria me encantado jogar no Brasil."

O hoje titular da seleção mexicana diz ter boas referências pelas lembranças do que o irmão falava na época. "Ele estava muito contente aqui. Me dizia isso. Falava bem português, aprendeu rápido e sempre me falava que sua família estava bem adaptada ao país. Estava muito tranquilo e foi muito bom para o seu currículo ter jogado no Santos."