Polícia prende cinco e procura mais quatro por protesto no Mané Garrincha
Vinícius Segalla
Do UOL, em Brasília
A Polícia Civil de Brasília prendeu cinco e está a procura de mais quatro manifestantes pelos protestos da manhã desta sexta-feira em frente ao Estádio Mané Garrincha. Eles estão sendo acusados pelo flagrante no crime de dano qualificado, por terem queimados pneus, prejudicando o asfalto, em frente ao palco de abertura da Copa das Confederações.
De acordo com o delegado geral Jorge Xavier, dos cinco detidos, três estão sendo ouvidos como testemunha e serão liberadores posteriormente, pois foram ludibriados pelos que comandavam o movimento.
Entre os soltos, está o caminhoneiro José Santos e seu auxiliar. Eles foram contratados para carregar pneus até o local. Mas, a investigação mostrou que eles não sabiam o que estavam fazendo, pois foram contratados para levar a carga para outro local e não para protestar.
Segundo o delegado, a ação foi rápida e orquestrada conforme o depoimento dado pelos detidos. "O caminhoneiro nos contou que havia muita gente nas árvores e quando ele chegou, elas desceram, abriram a caçamba e descarregaram os pneus", completou.
As duas pessoas que seguirão presas são Uliane Costa dos Santos e Eduarda Maria da Conceição, ambas de 27 anos. Elas foram identificadas como membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Segundo o delegado, a dupla é desempregada.
A Polícia Civil acredita que o movimento foi todo remunerado, e os pagamentos chegaram aos R$ 30 mil. Cada um teria recebido uma quantia diferente, em valores que começavam com R$ 30 e subiam de acordo com a função que teria na manifestação.
Além do MTST, o grupo "Copa para quem?" também fez parte da manifestação. O delegado disse que se for comprovada a participação deles na queima de pneus, o líder do grupo será procurado para prestar depoimento e pode até ser preso.
Neste sábado, um novo protesto está previsto para ocorrer em frente ao estádio em que Brasil e Japão jogarão na abertura do torneio. Segundo Xavier, não haverá nenhuma proibição ou repressão prévia ao movimento, e a polícia só interverá se tiver dano ao patrimônio.
"Este é um movimento fascista. A palavra é essa. Fascista. A polícia não vai tolerar nenhum dano ao patrimônio público. Quem prejudicar o patrimônio, vai para a cadeia", finalizou.
Em contato com Rogério da Cunha, um dos líderes do MTST, o ativista confirmou que terá novo protesto neste sábado e já espera que o ato seja violento.
"Não vai ter muita coisa pacífica não até porque o governo está reprimindo os trabalhadores, a violência vem do governo que quer reprimir de qualquer forma, tirar nosso direito de ir e vir que está garantido na constituição", falou Rogério.