Valcke diz que foi mal interpretado sobre Copa em países democráticos
Do UOL, em São Paulo
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EFE/Marcelo Sayão
Jérôme Valcke volta a se explicar após declarações polêmicas sobre a organização da Copa
O secretário-geral da Fifa Jérôme Valcke usou sua conta no Twitter na manhã desta quinta-feira para rebater a polêmica causada 24 horas antes, por interpretações equivocadas de suas palavras, segundo o cartola. O número 2 da entidade disse que não falou que excesso de democracia afeta organização de Copas do Mundo.
As declarações de Valcke foram registradas em um simpósio sobre Copa do Mundo na Europa. Nesta quinta-feira ele comentou o tema em mensagens em francês e em português em sua conta na mídia social.
"Lamento que meus comentários, feitos ontem [quarta] durante um simpósio sobre a Copa do Mundo, foram, fora do contexto, mal interpretados", manifestou o secretário-geral da Fifa. "Quem me conhece sabe o quanto estou profundamente ligado à democracia", acrescentou Valcke.
No simpósio em questão, Valcke teria dito que espera menos dificuldades burocráticas na organização da Copa de 2018, na Rússia, um país governado pela mão forte de Vladimir Putin. O dirigente da Fifa teria manifestado desgaste de trabalho em nações com estruturas internas mais descentralizadas, citando Brasil e Alemanha.
"Quando você tem um chefe de Estado muito forte que pode decidir, como talvez Putin possa fazer em 2018... é mais fácil para nós, organizadores, do que um país como a Alemanha, onde você tem que negociar em diferentes níveis", afirmou Valcke, em declarações difundidas por agências de notícias internacionais.
"A principal batalha que temos quando entramos em um país onde a estrutura política é dividida, como no Brasil, em três níveis: federal, estadual e municipal. Diferentes pessoas, diferentes movimentos, interesses diferentes e é muito difícil organizar uma Copa do Mundo nessas condições", completou o dirigente sobre o assunto.
Na organização da Copa no Brasil, Valcke tem sido um personagem envolvido em episódios controversos, como, por exemplo, sua declaração de que o país precisava de "um chute no traseiro" para acelerar o cronograma de obras. Na oportunidade o secretário da Fifa foi duramente criticado em público por Aldo Rebelo, ministro do Esporte. Mesmo assim os dois dirigentes voltaram a dividir o protocolo com aparente cordialidade depois do incidente em questão.