A conta de luz projetada pelo governo do Distrito Federal para o Estádio Nacional Mané Garrincha sem uso é pelo menos cinco vezes maior que a do Estádio do Pacaembu, um dos principais e mais utilizados de São Paulo. A Terracap, empresa estatal do governo distrital dona da arena que será palco da Copa de 2014 em Brasília, contratou da CEB (concessionária distribuidora de energia elétrica no DF) o fornecimento de R$ 1,1 milhão em energia elétrica para o estádio no período de um ano, a partir de abril de 2013.

Ou seja, uma conta de luz mensal de R$ 91.666 em média ao longo do próximo ano. Em abril, a conta de luz do Pacaembu, referente à março, quando o estádio recebeu jogos do Campeonato Paulista e da Libertadores, foi de R$ 15.982. Em março, foi de R$ 15.315. Em fevereiro e janeiro, meses nos quais o estádio é menos usado, foi de R$ 11.890  R$ 13.247, respectivamente.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação da Prefeitura de São Paulo, a conta de luz anual do Pacaembu historicamente não chega a R$ 200 mil. Isso inclui todo o complexo esportivo, que além do estádio (com capacidade para 38 mil torcedores)  inclui o Museu do Futebol, dois ginásios poliesportivos cobertos, piscina olímpica aquecida, quadras poliesportivas com iluminação, quadras de tênis e academias de ginástica e musculação.

Sem programação

Mesmo com uma previsão de gasto em energia sozinho mais de cinco vezes superior ao verificado no complexo esportivo da arena de São Paulo, o Mané Garrincha, em fase final de construção, possui programação definida para apenas quatro eventos em 2013. Sua inauguração está prevista para 18 de maio, após sucessivos atrasos. Na ocasião, será disputada a final do Campeonato Candango. No dia 26, o estádio deve receber uma das partidas da rodada de abertura do Campeonato Brasileiro, entre Santos e Flamengo. No dia 15 de junho, a arena receberá a abertura da Copa das Confederações, com partida entre Brasil e Japão. Para julho está prevista a realização de um show no local, mas ainda não foi confirmado. E só.

De acordo com a Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo de 2014 do DF, o contrato de fornecimento de energia firmado entre a Terracap e a CEB foi assinado com base em uma estimativa baseada na capacidade elétrica instalada do estádio, projetado para 70 mil espectadores. Segundo a secretaria, só será possível saber quanto o estádio consumirá em média de fato depois que for inaugurado, e que só será pago pago o que for efetivamente utilizado.

De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a energia distribuída pela CEB no DF tem o custo de R$ 0,24253 o kWh (medida de energia elétrica) para o consumidor final. Pouco mais cara que a energia distribuída pela Eletropaulo em SP, que sai por R$ 0,23801 o kWh para o consumidor final.

"A contratação é baseada em uma demanda de projeto, e não a partir de uma programação de eventos da arena. O valor a ser pago será correspondente somente à quantidade de energia consumida no mês", diz a nota enviada pelo governo do DF ao UOL Esporte.