Presidentes das federações veem "preço de mercado" em prédio superfaturado por Marin

Pedro Ivo de Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Leandro Moraes/UOL

    José Maria Marin, presidente da CBF, se exalta durante reunião da Fifa e do COL da Copa 2014

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Os presidentes das federações reunidos em assembleia da CBF nesta terça-feira consideraram normal o valor superfaturado pago por Marin na futura sede da entidade, no Rio de Janeiro . O valor pago foi de R$ 70 milhões, por oito salas comerciais e 6.642,83 metros quadrados na Barra da Tijuca, sendo que a mesma empreiteira negociou com outros intermediários cinco salas por R$ 12 milhões.

"Não há o que contestar nesse valor, a diretoria da confederação examinou três avaliações de empresas renomadas do mercado imobiliário e concluiu que 70 milhões representava o valor real de mercado", disse Hélio Cury, presidente da federação do Paraná.

O assunto não estava na pauta da assembleia, mas foi levantado pelos participantes para que o presidente da CBF pudesse dar esclarecimentos. Todos os 27 presidentes de federações presentes na reunião concordaram com Marin e não contestaram o valor do prédio. 

Até mesmo o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, tradicional contestador de valores e balanços apresentados pela CBF, manteve o discurso "ensaiado" sobre o superfaturamento. 

"Não temos nada para falar. Os valores foram avaliados por grandes empresas do mercado. Eu sou comerciante; se compro um imóvel, vou vender por um valor mais caro na hora de repassar. Simples. Foi o que aconteceu", minimizou Novelletto.

Marin anunciou a compra do imóvel no dia 27 de junho de 2012, já pelo valor de R$ 70 milhões. A compra, no entanto, só foi formalizada em 31 de agosto. A CBF anunciou hoje também os números do Balanço de 2012, apresentado e aprovado na assembleia. Foram R$ 102 milhões de receitas e um lucro de R$ 55 milhões.

A futura sede da CBF está sendo reformada e ainda não pode ser ocupada, o que obriga a entidade a alugar um andar em um prédio de luxo na Barra da Tijuca por R$ 130 mil mensais.

ENTENDA O CASO DE SUPERFATURAMENTO

  • Caso tivesse pagado o mesmo valor que os intermediários pelas cinco salas (R$ 12 milhões), a CBF teria desembolsado no máximo R$ 39 milhões pelo complexo todo. Ou seja, R$ 31 milhões a menos do que os R$ 70 milhões que efetivamente pagou. Procuradas, a entidade e as empresas envolvidas negaram haver irregularidades. LEIA MAIS

José Maria Marin, presidente da CBF
José Maria Marin, presidente da CBF

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