Infraero desiste de novo terminal em Confins e fará "puxadinho"
Vinícius Segalla
Do UOL, em São Paulo
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Divulgação/Portal da Copa
Obras no Aeroporto de Confins deverão prosseguir até fevereiro de 2014, segundo novo cronograma
A Infraero, estatal que controla os aeroportos brasileiros, não vai mais construir um terminal que ampliaria em 5,8 milhões de passageiros a capacidade anual do Aeroporto de Confins, na Grande Belo Horizonte.
O projeto, que constava na Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo de 2014 desde janeiro de 2010, dentro de um um conjunto de obras orçado em R$ 100 milhões, foi abandonado após duas tentativas fracassadas de licitação feitas pela Infraero no fim do ano passado, quando a estatal não conseguiu contratar nenhuma construtora para executar a obra pelo preço desejado pela companhia aeroportuária.
Assim, a obra, que tinha conclusão prevista para outubro deste ano, foi substituída por outro projeto, mais modesto, de construção de um "terminal remoto", feito com instalações provisórias (apelidado de "puxadinho"), aproveitando a estrutura já existente do terminal de aviação geral, com capacidade para 3,9 milhões de passageiros por ano.
O edital de licitação foi publicado no último dia 12. Os envelopes com as propostas deverão ser abertos no dia 25 de abril. A previsão da Infraero é a de que a empreitada termine em fevereiro de 2014, a tempo de o terminal ser colocado em uso até a Copa, que começa em junho de 2014.
Por se tratar de uma contratação realizada no modelo de RDC (Regime Diferenciado de Contratações), no qual não há valor previsto para a obra, as concorrentes fazem as propostas baseadas em cálculos próprios e vence quem apresentar o menor orçamento. Nas duas licitações fracassadas do ano passado, para o terminal de maior porte, os valores apresentados foram de R$ 79 milhões a R$ 141 milhões.
O Aeroporto de Confins está na lista dos que serão entregues à iniciativa privada através de contratos de concessão feitos pelo governo federal. É com essa perspectiva que a Infraero trabalha para justificar a substituição de projetos.
"A decisão ocorreu em virtude da futura concessão do Aeroporto de Confins à iniciativa privada. No lugar desse empreendimento, a Infraero optou por construir um terminal remoto, de menor porte, para adequar a capacidade e demanda até 2017, liberando o futuro concessionário para elaborar seu próprio planejamento", informa nota da estatal enviada ao UOL Esporte.
Ocorre, porém, que a perspectiva de conceder a administração do terminal de Confins à iniciativa privada já existia quando as tentativas frustradas de licitação da obra do Terminal 3 aconteceram, e nada mudou no planejamento federal desde então.
Ainda de acordo com a Infraero, o terminal provisório que será construído "contará com infraestrutura completa para o atendimento aos passageiros, como área para check-in, salas de embarque e desembarque, banheiros e sistema informativo de voos".