O jogo entre Cruzeiro e Atlético-MG, no último domingo, marcou a reinauguração do Mineirão após dois anos e meio de reformas. Além dos diversos problemas enfrentados antes, durante e depois da partida, torcedores encontraram modificações no estádio, como a falta de ambulantes no entorno, mudança nas localizações de estacionamento dentro e fora que alteraram antigos hábitos dos torcedores que resistiram mais de quatro décadas.

Quem não tinha conhecido o novo estádio, anteriormente, sentiu um misto de surpresa e frustração. Elogios pela "beleza" da construção, mas reclamações quanto aos serviços oferecidos pela Minas Arena, empresa responsável pela administração nos próximos 25 anos. Nesta quarta-feira, às 22h (horário de Brasília), o torcedor cruzeirense terá o seu segundo encontro com o novo Mineirão. O time celeste enfrenta o América de Teófilo Otoni.

Várias mudanças ocorreram em relação ao que era costumeiro ao torcedor. Era possível estacionar veículos nas ruas do entorno do estádio, os acessos eram em locais e de maneiras diferentes. Ambulantes eram permitidos próximos aos portões e havia pouca setorização no estádio.

O novo estádio passou por uma espécie de "higienização". Existem 2600 vagas de estacionamento, cobertas e descobertas. Parar no entorno é proibido. No dia do clássico em que o Cruzeiro venceu o Atlético, por 2 a 1, o UOL Esporte flagrou o reboque de três veículos. Os ambulantes, que vendiam alimentos e bebidas, foram retirados. Fora do estádio, só é possível encontrar bares e lanchonetes em ruas próximas.

Agora há divisão por setores, com diferenças de preços de ingressos. Além disso, foram mudados os locais de entrada dos torcedores. A única situação mantida foi a via de acesso de atleticanos e cruzeirenses.

Rafael Menezes, 22 anos, diz que se impressionou com o estádio, por causa das mudanças ocorridas, mas faz ressalva em relação a algumas situações que poderiam ter sido mantidas. "Era legal a gente ficar aqui perto do portão conversando com os amigos, comendo churrasco, tropeiro. Hoje, isso não é mais possível. É ruim, isso. Mas, com certeza, o estádio está muito bonito", afirmou o torcedor celeste.

Rafael teve problemas para entrar no estádio domingo passado, mesmo tendo comprado ingresso pela internet, por causa de "confusão danada" para fazer a troca. Além disso, ele protestou pelo fato de ter comprado "assentos de K1 a K4", mas teve que sentar separado de seus acompanhantes.

Apesar da reclamação de Rafael, a demarcação de assentos pouco foi respeitada na reinauguração do estádio. Alguns torcedores tiveram extravio de ingressos e tiveram dificuldades para solucionar o problema às vésperas da partida.

"Comprei o ingresso, recebi o login, tenho o comprovante e não pude entrar, porque levaram o meu ingresso. Procurei a Polícia Militar e a Minas Arena e um remete ao outro. O problema só não pode ser meu", reclamou o advogado Gabriel Álvares, 26 anos.

Os problemas foram muitos para os torcedores. O estacionamento só foi aberto às 14h, gerando uma grande fila em torno do estádio. Os portões também foram abertos nesse horário. Dentro, o torcedor teve dificuldades para comprar alimentos e bebidas, além da falta de água para beber e também nos banheiros.

Por causa dos problemas, a Minas Arena foi multada em R$ 1 milhão pelo governo do estado. Para o jogo entre Cruzeiro e América, de Teófilo Otoni, nesta quarta-feira, a empresa prometeu que os erros não serão cometidos novamente.