MPF abre investigação para apurar suspeitas de irregularidades em privatização do Maracanã
Vinicius KonchinskiDo UOL, no Rio de Janeiro
O MPF-RJ (Ministério Público Federal no Rio de Janeiro) abriu uma investigação para apurar suspeitas de irregularidades no processo de privatização do Maracanã. A administração do estádio carioca da Copa do Mundo de 2014 deve ser repassada a uma empresa privada em meados deste ano, de acordo com projeto do governo do Estado do Rio de Janeiro.
O MPF-RJ pretende acompanhar de perto a concessão da arena. Por isso, ele instaurou um inquérito civil público sobre o assunto no final de dezembro. A responsável pelo caso é a procuradora da República Marta Cristina Pires Anciães.
Na época, a IMX informou que considerava "natural" a empresa participar de encontros com "envolvidos" na privatização do Maracanã já que ela quem fez os estudos de viabilidade do projeto.
O MPF-RJ já determinou a notificação imediata do governo do Rio. Solicitou também as cópias de todos os documentos e estudos que são base da privatização do Maracanã, inclusive o estudo viabilidade feito pela IMX.
O governo do Rio de Janeiro foi procurado pelo UOL para comentar a abertura do inquérito e possíveis consequência no processo de privatização do estádio. Informou que ainda não foi notificado a respeito da investigação do MPF-RJ.
O Maracanã está fechado para obras da Copa do Mundo de 2014 desde 2010. Até agora, o governo do Rio já comprometeu R$ 940 milhões com a reforma.
Em outubro de 2012, o governo oficializou sua intenção de privatizar o estádio. Da empresa que assumir a arena já reformada e os seus anexos, o governo do Rio pretende cobrar R$ 231 milhões divididos em 33 parcelas anuais.
Um rascunho do edital de privatização do Maracanã já foi divulgado. Esse rascunho foi submetido a uma audiência pública, que também terá sua legitimidade analisada na investigação do MPF-RJ. Em breve, o governo do Rio pretende lançar o edital definitivo da licitação da concessão do estádio. Não há uma data definida para isso.