Da invasão gringa à máfia do ingresso. O certo e o errado na Copa

Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • FABRICE COFFRINI/AFP

    Dilma e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em evento antes da Copa do Mundo de 2014

    Dilma e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em evento antes da Copa do Mundo de 2014

A Copa do Mundo de 2014 foi um sucesso no que diz respeito à sua organização. Isso, porém, não quer dizer que não houve problemas. Eles, aliás, não foram poucos.

Os grandes temores pré-Mundial eram as greves, o caos aéreo e os protestos. Isso acabou não comprometendo. A situação dos gramados, a máfia dos ingressos e as falhas de segurança, entretanto, tumultuaram a Copa.

Confira abaixo seis pontos positivos e seis pontos negativos da organização do Mundial no Brasil:

Pontos positivos
  • Turismo
    Mais turistas do que o previsto vieram ao Brasil por causa do Copa. Isso deveu-se principalmente à invasão sul-americana. A expectativa inicial era de 600 mil visitantes estrangeiros, mas o balanço final do governo federal apontou aproximadamente um milhão. Só com ingressos da Copa-2014 havia 500 mil pessoas, segundo a Fifa.
  • Caos Aéreo
    Os aeroportos brasileiros foram elogiados pelos estrangeiros, assim como a pontualidade de voos. É preciso dizer que houve pequenos problemas. Alguns deles ficaram fechados, impedindo o transporte para um jogo ou outro. Mas, no geral, a malha aérea nacional sustentou a demanda durante a Copa
  • Protesto?
    Até o presidente da Fifa, Joseph Blatter, exaltou: "Onde está a ira do povo brasileiro?" Até houve protestos na Copa, mas foram em proporções bem menores do que na Copa das Confederações, quando se reuniu 1 milhão de pessoas. Desta vez, as manifestações tiveram, em geral, menos de mil pessoas. No dia da final, foram apenas 300 no Rio.
  • Greves que iriam parar o país
    A Fifa ficou assustada com a greve do metrô na semana da abertura da Copa. Havia ameaça de um colapso do transporte no dia do primeiro jogo. Mas nem essa paralisação nem qualquer outra afetou o Mundial.
  • Mobilidade urbana
    Fato: boa parte das obras de mobilidade urbana prometidas por governos não ficou pronta. Mas, com feriados e os sistemas que já existiam, o transporte para os estádios funcionou. Foi um sucesso no Itaquerão e no Maracanã, onde o metrô e o trem tiveram bom desempenho. Houve problemas pontuais como em Recife, principalmente no dia de chuva.
  • Centros de treinamento
    Os centros de treinamento da Copa não sofreram críticas dos estrangeiros. Pelo contrário. A maior parte deles fez elogios às estruturas apresentadas. Vale lembrar, porém, que, no caso dos COTs (Centros Oficiais de Treinamento), houve instalações que não foram utilizadas e algumas que nem ficaram prontas a tempo da Copa.
Pontos Negativos
  • Ingressos
    O escândalo da venda ilegal de ingressos da Copa-2014 manchou o Mundial. A Polícia Civil descobriu envolvimento da Match, parceira da Fifa, no esquema de cambistas quando deflagrou a operação Jules Rimet. Isso afetou a credibilidade da Fifa, que sempre disse combater o mercado negro de ingressos.
  • Segurança
    O início da Copa foi marcado por falhas de segurança, quase todas cometidas pelos seguranças privados do COL (Comitê Organizador Local) e da Fifa. O caso mais grave foi a invasão do Maracanã por cerca de 100 chilenos. Além disso, diversos objetos não permitidos entraram nos estádios. Até fogos de artifício.
  • Gramados
    Houve seguidas críticas de jogadores e técnicos aos gramados dos estádios da Copa. Os campos apresentaram desgaste ainda na primeira fase da competição, e tiveram que ser poupados em vários treinos, inclusive na final.
  • Serviços nos estádios
    A primeira fase da Copa foi marcada pelas falhas nos serviços aos espectadores. Faltou comida em vários pontos de todos os estádios. A operação só foi normalizada nos jogos eliminatórios. O atendimento aos torcedores teve postura amigável dos voluntários, mas a falta de inglês deles causou reclamações dos estrangeiros.
  • Internet
    Houve irregularidade na internet oferecida a jornalistas. No dia da final, o servidor da Fifa deu pane e o serviço ficou fora do ar por pelo menos duas horas. Foi preciso reiniciar todo o sistema, que só voltou a funcionar na hora do jogo entre Alemanha e Argentina. Esse jogo, aliás, não foi o único com problemas de telecomunicações.
  • Obras de mobilidade urbana
    Se o transporte funcionou para os estádios, não foi graças às obras. A maior parte do que foi prometido não ficou pronto para a Copa. Pior, um viaduto construído pela prefeitura de Belo Horizonte, que era um dos projetos do Mundial, caiu e causou duas mortes. Esse acidente teve repercussão internacional.

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