Götze surgiu driblando brasileiros em 2011 e fez o Bayern preterir Neymar
Do UOL, em São Paulo
Herói da Alemanha na conquista do tetra mundial no Rio de Janeiro neste domingo, o habilidoso Mario Götze surgiu para o mundo do futebol em 2011, driblando brasileiros na vitória sobre a seleção em um jogo amistoso. Antes de fazer o gol da carreira no Maracanã, o jovem de 22 anos ainda fez o Bayern de Munique preterir Neymar.
"Gotzinho", como era conhecido nas categorias de base em referência ao estilo brasileiro, apareceu em cenário internacional com destaque pela primeira vez justamente no amistoso com a seleção. O jogo em Stuttgart, em agosto de 2011, foi um dos mais relevantes no começo de trabalho de Mano Menezes à frente da equipe.
Os alemães dominaram a partida amistosa desde o início, e Götze marcou o segundo da vitória por 3 a 2, passando por Julio Cesar antes de empurrar para as redes. Na comemoração de seu primeiro gol pela seleção alemã, o menino de 19 anos colocou as mãos no rosto, emocionado.
O novato também participou da jogada que originou o pênalti do primeiro gol. Mais adiante no jogo, o adolescente fez seu nome com uma série de dribles nos adversários, especialmente nos marcadores Ralf e Ramires.
O promissor meia se fez nas categorias de base do Borussia Dortmund. Lá chegou a conviver com o brasileiro Tinga, que chamava o menino de "pequeno Diego", em referência ao antigo jogador do Santos de 2002.
Anos mais tarde, o frio, a língua e a cultura fizeram o Bayern decidir pela investida em Götze, ao invés do esforço de brigar com o Barcelona por Neymar. Em janeiro de 2013, uma conversa entre Karl-Heinz Rummenigge, executivo do clube, e Pep Guardiola, técnico contratado, definiu a preferência ao então meia do Borussia Dortmund.
O Bayern então desembolsou 37 milhões de euros para pagar a multa rescisória de Götze no Dortmund, bem menos do que o Barcelona oficialmente pagou por Neymar.
"Tínhamos uma clara ideia de qual jogador nós gostaríamos de contratar e discutimos com Pep. Havia apenas dois nomes no mercado que se encaixariam no projeto e eram alvos de transferência realistas. Um deles era Neymar e o outro Götze. A eventual decisão foi feita durante uma reunião em Zurique, quando as condições de temperatura eram abismais. Eu disse a Pep para olhar para fora e ele me perguntou o porquê", comentou Rummenigge em entrevista ao jornal Bild.
"Em seguida eu disse para ele imaginar um brasileiro deixando o seu país de origem com 30° para chegar aqui com a temperatura de -6°. Além disso, ele não fala a nossa língua e a cultura alemã não é nada calorosa como a atmosfera que os sul-americanos estão acostumados. Tudo isso seria bastante difícil para um jogador tão jovem", emendou o dirigente do Bayern.
Escolhido para o futuro do Bayern, Götze decidiu a Copa do Mundo neste domingo aos 7 minutos do segundo tempo da prorrogação, ao completar um cruzamento de Schurrle de pé esquerdo, sem deixar a bola cair.
O jovem meia do Bayern entrou na final aos 42 minutos do segundo tempo, substituindo Miroslav Klose, o maior artilheiro das Copas. Götze participou de seis partidas na campanha e terminou o Mundial com dois gols marcados.