Popularidade vai definir novo treinador da seleção brasileira
Gustavo Franceschini e Ricardo Perrone
Do UOL, em Teresópolis
O primeiro esforço da CBF para tirar a seleção brasileira do atoleiro em que ela se encontra desde a derrota por 7 a 1 para a Alemanha depende da aprovação popular. De olho em candidatos a técnico do time verde-amarelo, já que Luiz Felipe Scolari não deve permanecer, a cúpula da entidade deve dar prioridade a nomes com respaldo na opinião pública.
De acordo com dirigentes de federações estaduais e outros interlocutores de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero ouvidos pelo UOL Esporte, a dupla que comanda o futebol brasileiro quer um treinador com excelente aceitação dos torcedores.
Já foi assim na escolha de Felipão para substituir Mano Menezes. Na ocasião, o técnico gaúcho era quase unanimidade, embora tivesse saído de um trabalho abaixo da crítica no Palmeiras. O histórico de sucesso na seleção, por conta do penta em 2002, avalizava a escolha de Felipão.
A importância da aceitação popular é maior agora. Depois do vexame da última terça, o presidente da CBF e seu vice, que assumirá o comando da entidade em abril do ano que vem, devem ficar acuados. Antigos pedidos de CPI na Câmara e no Senado voltaram à pauta após o fiasco e, nesse cenário, comprar briga para impor um treinador que sofra forte rejeição não seria uma boa opção.
O quesito popularidade joga contra Tite. Não que o ex-técnico do Corinthians sofra enorme resistência por parte da torcida. Acontece que presidentes de federações estaduais tem aconselhado Marin e Del Nero a não contratar mais um técnico gaúcho. A avaliação é de que os treinadores do Rio Grande do Sul têm estilo semelhante e que a escola gaúcha hoje é impopular junto aos torcedores por causa do fracasso de Scolari.
Parte dos cartolas das entidades estaduais também aconselha a dupla a não apostar em um treinador estrangeiro. O argumento é de que um nome de fora sofreria forte resistência por parte dos jogadores e da imprensa. Esses dirigentes não têm poder direto na escolha do técnico, porém, a rejeição deles já é uma forma de impopularidade.