Messi foi eleito melhor jogador nas partidas da Argentina quatro vezes. Higuaín e Romero ganharam uma cada um, mas talvez nenhum jogador tenha se destacado tanto quanto Mascherano. Mesmo sem a braçadeira de capitão, ele justificou seu apelido de "chefinho" na Copa, comandou a seleção em números de passes, cometeu poucas faltas e ainda se tornou o argentino que mais corre no gramado.

De volta à sua posição de origem – no Barcelona Mascherano jogou como zagueiro -, o volante tem números impressionantes no Mundial de 2014. Com fama de jogador violento, que até o tirou a faixa de capitão da Argentina em 2011, o jogador chega à decisão da Copa com um número baixo de faltas.

E para chegar até aqui sem advertências, Mascherano enfrentou longos 600 minutos no Mundial limpo na Copa, o que são 100 minutos por partida (a Argentina teve dois jogos com prorrogação). Neste período, o volante cometeu somente sete faltas em seis partidas, ou seja, sua média é 1,16 infrações por duelo, sem tomar nenhum cartão.

A tendência era justamente que o volante tivesse na última quarta-feira, quando teve de parar Robben em diversos lances, um aumento em seus números de faltas. Afinal, o holandês é o segundo que mais foi atingido no Mundial até aqui. Mesmo assim, o jogador passou zerado sem cometer infração no gramado.

Curiosamente, foi justamente uma expulsão que teria feito Mascherano perder a braçadeira de capitão. O volante recebeu vermelho nas quartas de final contra o Uruguai da Copa América de 2011 e foi questionado por sempre querer ser o xerife no gramado. Quando Sabella assume o cargo de treinador, a braçadeira vai para Messi.

Depois da vitória sobre a Holanda nos pênaltis, o volante chegou aos 552 passes, deixando Lahm, com 529, para trás. Dessas tentativas, assim como o alemão, ele completou 87% das tentativas.

Estar em campo por tanto tempo poderia ser explicado caso o jogador tivesse pouca movimentação. Porém, quando o assunto é distância percorrida, Mascherano é o sétimo atleta entre todos da Copa e o argentino que mais correu no gramado, com 67,2 km completos.

Mas não foi apenas o bom comportamento de Mascherano que o transformou em um "motor" do meio-campo argentino. Sem um meia de origem na equipe, o técnico Sabella viu seu volante liderar as estatísticas de passe completos entre todos os jogadores do Mundial.

Mais que um líder técnico na seleção argentina, Mascherano ainda assumiu o papel de capitão contra a Holanda. Antes da disputa, ele chegou no goleiro Romero, que defendeu duas penalidades, e deu força para o jogador. "Hoje, vai se converter em um herói", falou.

Além de Mascherano, apenas outros três atletas da Argentina estiveram em campo durante os 600 minutos. O goleiro Romero, o zagueiro Garay e o lateral Zabaleta.