Advogados de executivo preso tentam anular operação de máfia de ingressos

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Osvaldo Praddo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

    8.jul.2014 - Durou cerca de 12 horas a prisão do inglês Raymond Whelan, executivo da Match Services, empresa autorizada pela Fifa a vender entradas de jogos da Copa do Mundo. Ele foi preso temporariamente na tarde desta segunda-feira (7). Os advogados de defesa conseguiram no plantão do Tribunal de Justiça, na madrugada desta terça, um habeas corpus determinando a soltura de Whelan, acusado pela polícia de ser um dos principais fornecedores da quadrilha internacional de cambistas chefiada pelo francês Mouhamadou Lamine Fofana, preso na semana passada

    8.jul.2014 - Durou cerca de 12 horas a prisão do inglês Raymond Whelan, executivo da Match Services, empresa autorizada pela Fifa a vender entradas de jogos da Copa do Mundo. Ele foi preso temporariamente na tarde desta segunda-feira (7). Os advogados de defesa conseguiram no plantão do Tribunal de Justiça, na madrugada desta terça, um habeas corpus determinando a soltura de Whelan, acusado pela polícia de ser um dos principais fornecedores da quadrilha internacional de cambistas chefiada pelo francês Mouhamadou Lamine Fofana, preso na semana passada

Os advogados de Raymond Whelan, executivo da Match que foi preso no Rio de Janeiro na última segunda-feira, vão tentar anular a operação da Polícia Civil sobre um esquema de desvio e revenda de ingressos da Copa do Mundo. Deflagrada no início da semana passada, a iniciativa já causou 12 detenções.

A alegação dos advogados é que o Juizado Especial do Torcedor, responsável pelos mandados de prisão temporária, não tem competência para escuta ou detenção nesse caso.

"A defesa vai tentar tudo que for possível para anular as prisões de seus clientes. Isso é natural. Eles vão usar todos os elementos que existem no judiciário, e cabe ao próprio judiciário decidir sobre o pedido deles", declarou Fabio Barucke, delegado titular da 18ª Delegacia Policial (DP), situada na Praça da Bandeira.

As prisões são resultado de uma operação chamada "Jules Rimet", que foi deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na terça-feira da semana passada. Inicialmente, 11 pessoas foram presas. O grupo incluiu Lamine Fofana, franco-argelino apontado na época como o chefe da quadrilha.

A partir de Fofana, a polícia chegou a Raymond Whelan, executivo da Match, empresa que detém exclusividade para comercialização de camarotes e pacotes corporativos em eventos da Fifa. O diretor da empresa foi apontado como elo entre a entidade esportiva e o esquema criminoso.

Whelan foi detido na última segunda-feira, no saguão do hotel Copacabana Palace. Ele foi conduzido ao Complexo Penitenciário de Gericinó e recebeu mandado de prisão de cinco dias, mas saiu no início da madrugada de terça.

Na próxima quarta, a Polícia Civil encerrará o inquérito feito para a operação policial e enviará o material ao Ministério Público com um pedido de prisão preventiva dos 12 envolvidos – com exceção de Whelan, todos continuam detidos.

Segundo Barucke, o inquérito tem elementos suficientes para comprovar que todas as pessoas estavam no esquema de cambismo e associação criminosa. A investigação ainda encontrou gravações que mostram que Fofana e Whelan negociaram durante a Copa – a Match disse que os contatos entre ambos só aconteceram antes do Mundial.

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