Tetracampeão critica seleção e diz que Brasil-14 não é "Copa das Copas"
Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo
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Antônio Gaudério/Folhapress
Meio-campo Mazinho comemora gol da seleção ao lado de Bebeto na Copa do Mundo de 1994
A seleção brasileira precisa de melhoras no seu meio de campo, e a Copa de 2014 só é a melhor se o critério da eleição for o extracampo. A opinião é de Mazinho, lateral e meio-campista da seleção brasileira tetracampeã há 20 anos, nos Estados Unidos.
Em conversa com o UOL Esporte, o ex-jogador afirmou que o setor que mais o preocupa no time de Luiz Felipe Scolari é o de armação e sugeriu a entrada de William. Para substituir Luiz Gustavo, suspenso, ele escalaria David Luiz mais adiantado, com Dante formando a dupla com Thiago Silva.
"Todas as seleções grandes não estão apresentando um bom futebol, e o Brasil é uma delas. A Alemanha iniciou muito forte e recuou. A Argentina sofreu para ganhar. Então não tem adversário fácil. Mas o Brasil precisa recuperar, porque estamos com muitas dificuldades na organização. Precisamos de um jogador que organize nosso meio e que nós não temos", disse ele.
"Acredito que estamos muito defensivos e entendo que poderíamos encaixar outros jogadores neste setor, com outras características, como o William. O próprio Hernanes também. São jogadores que podem participar de uma criação e quando uma seleção aperta a gente não tem outra saída. E aí dependemos de individualidades de atacantes. Neste caso, do Neymar. Para sexta-feira, eu colocaria o Dante de zagueiro e o David na cabeça de área, porque ele tem uma boa saída de jogo, é atrevido. Eu talvez tiraria o Fernandinho, porque ele não foi bem contra o Chile. O Fred eu deixaria, porque é de área, é oportunista", completou.
Apesar das dificuldades, Mazinho aponta o Brasil como o favorito desta Copa e até aposta em uma final contra a Argentina, com direito ao hexacampeonato.
Além de discordar com a formação do time, o pai do hoje espanhol Thiago Alcântara também afirma que este Mundial só pode ser considerado "a Copa das copas", como parte da mídia tem dito, se o critério de análise for o extracampo. Ele usou o argumento de desfalques de importantes jogadores em grandes seleções para apoiar a sua ideia.
"Não é a melhor Copa pelo nível que as seleções estão apresentando, pela quantidade de jogadores que ficaram de fora por causa de lesões. Então, talvez, essa Copa está sendo uma das copas com menos rendimento. Agora, por ser aqui, no Brasil, é uma Copa diferente, sim, pelo público que vai aos jogos. Essa é a melhor da Copa do Mundo porque não existe um país como esse, que tem todas as opções. Por isso, é a melhor Copa do Mundo".