Brasil está entre equipes que pior passa, mas se destaca nos desarmes
Do UOL, em São Paulo
A seleção brasileira tem enfrentado problemas para conseguir fazer seu jogo fluir e pressionar os adversários desde a estreia na Copa do Mundo, contra a Croácia. E a falta de jogadas fica envidente nos números, já que a equipe é apenas a 24ª entre as 32 seleções da competição no índice de acerto de seus passes, com aproveitamento de 74%.
Entre os oito times classificados para as quartas de final, o Brasil é o sexto na estatística, longe do primeiro colocado, a Alemanha, que acerta 84% de seus passes.
Individualmente, o único jogador da seleção entre os 10 melhores passadores é o lateral Daniel Alves, em nono, com 78% de acerto. O segundo melhor é Marcelo, 21º, com 76º. Neymar e Oscar, principais articulares do time, ficam longe, com aproveitamento de 63%, cada um, fora da lista dos 50 do Mundial.
O alento para a equipe de Felipão é que o próximo adversário brasileiro, a Colômbia, está ainda pior e completa apenas 72% de seus passes.
Outro fator que merece destaque é que, considerando todas equipes, Itália e Espanha, duas das maiores decepções da Copa do Mundo e já eliminadas do torneio, estão entre os três primeiros do quesito, em primeiro e terceiro, respectivamente, com a Alemanha entre elas.
E se o coletivo não está funcionando, o time provavelmente aposta nas jogadas individuais, certo? Nem tanto. A equipe é apenas a quinta entre os times das quarta neste quesito dentro da grande área, com 11 durante o Mundial, atrás de Bélgica, 23, Alemanha, 21, Argentina, 19 e Holanda, 18.
Neymar, como era de se esperar, se destaca entre os jogadores da seleção, com quatro, apenas uma atrás de Messi. Só que na Argentina, quem lidera esta estatística da Fifa é Angel Di Maria, com seis. As arrancadas de Arjen Robben colocam o holandês na frente, com 10 jogadas individuais na área.
Outro ponto que mostra os problemas na formação de jogadas na equipe brasileira é quantidade de vezes que os atletas ficam em impedimento: 11. O Brasil é o terceiro entre os oito times das quartas de final atrás apenas de Bélgica, 16, e Alemanha, 14. Quem chama a atenção nesta estatística é a Argentina, com apenas uma jogada interrompida pelo auxiliar em seus quatro jogos no Mundial.
Se na frente as coisas não vão bem, quando não tem a bola, o time, pelo menos se destaca. Mesmo não aparecendo entre os times que mais cometem falta, a seleção brasileira lidera em desarmes na Copa, 105, bem à frente de seus principais correntes, Costa Rica, com 86, e Colômbia, 76.
Além disso, três jogadores aparecem entre os 10 melhores da estatística: Marcelo, em sexto, David Luiz, em nono, e Marcelo, 10º.