O Brasil chegou vivo às quartas de final da Copa do Mundo, mas combalido. Com dois empates até agora, a seleção de Luiz Felipe Scolari tem a pior campanha e é o time do país que menos venceu desde que o torneio passou a ser jogado no atual formato.

Esse modelo passou a valer em 1986, quando a Fifa montou oitavas e quartas de final após a fase de grupos. Desde então, o Brasil nunca tropeçou duas vezes em uma Copa e sempre venceu pelo menos três vezes até a atual fase da competição. Sob o comando de Felipão, em casa, são só duas vitórias e dois empates, contra México e Chile.

O aproveitamento é pior que em 1990, quando a seleção de Sebastião Lazaroni caiu logo nas oitavas, diante da Argentina. Naquela oportunidade, mesmo sem mostrar um grande futebol, o Brasil venceu seus três compromissos da primeira fase.

No sistema atual, seria uma eliminação com nove pontos ganhos na bagagem, contra oito de Neymar e companhia. Em 1990, porém, cada triunfo rendia apenas dois pontos – um para o empate. Mesmo assim, se fosse possível adaptar a campanha a campanha de 2014 ao modelo antigo, o Brasil de Felipão teria apenas seis pontos, com uma vitória a menos que o de Lazaroni.

A marca negativa dá a medida do quão complicada tem sido a vida da seleção brasileira nesta Copa. Depois de um futebol inconstante na primeira fase, o time verde-amarelo esteve muito perto de cair já nas oitavas, e bateu o Chile somente na cobrança de pênaltis.

Esse sufoco historicamente não é normal para a seleção em Copas. Desde 1986, por exemplo, o Brasil só tropeçou em 1994 e 1998, quando empatou com a Suécia e perdeu da Noruega na primeira fase, respectivamente. Em todos os casos, porém, chegou às quartas com três vitórias.

E se não foi brilhante até agora, é bom que Felipão comece a se preocupar. Historicamente, as quartas são a fase mais perigosa para o Brasil em Copas do Mundo. Desde 1930, são quatro quedas nessa etapa da competição (1954, 1986, 2006 e 2010).

Nesta sexta, o duelo será contra a Colômbia, que pode dar uma outra dimensão histórica caso surpreenda os donos da casa em Fortaleza. Em 20 Copas do Mundo, o Brasil nunca foi eliminado por um outro rival sul-americano que não seja Uruguai ou Argentina.