Com oito meses de antecedência, Júlio César foi convocado para a seleção brasileira que disputa a Copa do Mundo. O voto de confiança acabou sendo pago neste sábado, em Belo Horizonte, no jogo contra o Chile. Com uma defesa magistral no segundo tempo, quando o jogo estava 1 a 1, e pegando dois pênaltis, o goleiro salvou Luiz Felipe Scolari de uma eliminação nas oitavas de final da Copa no Brasil.

"Falei para o Felipão que toda a confiança que ele tem no trabalho ia ser retribuída no momento certo", disse o goleiro após a vitória nos pênaltis.

Após idas e vindas na era Mano Menezes, Júlio César estava fora dos planos no ex-técnico da seleção no final de 2012. Quando Luiz Felipe Scolari assumiu o seu lugar, o goleiro teve nova chance. Mais do que isso, na análise do treinador e do coordenador técnico da CBF, Carlos Alberto Parreira, ele era o único capaz de enfrentar a pressão de disputar um Mundial no Brasil.

Sendo assim, não importava a fase que ele estivesse passando no seu clube. E ela não foi boa durante os últimos dois anos. Reserva na segunda divisão da Inglaterra ou jogando na Liga de Futebol Norte Americana, nada tirava a certeza de Felipão.

"Mesmo que ele não jogue [no clube], ele vai para a Copa. Pelo menos entre os três goleiros, ele estará. Eu gosto, admiro, é muito bom, muito bom mesmo", garantiu o técnico no dia 9 de setembro de 2013, antes de um amistoso contra Portugal, em Boston, nos Estados Unidos. No dia 7 de maio de 2014, a lista foi finalmente divulgada e, claro, Júlio César foi o primeiro nome anunciado.

Competência, sorte e choro

Antes de salvar o Brasil, Júlio César chorou. A imagem do goleiro aos prantos foi captada pela transmissão da Fifa e exibida no telão do estádio. A emoção não tirou o foco do goleiro, que conseguiu fazer duas defesas nas cobranças de pênaltis.

"O choro foi porque vários jogadores chegaram para mim e falaram coisas importantes, bonitas mesmo. Eu não consegui me segurar, mas sabia que precisava estar focado", explicou.

Durante o jogo, apesar do domínio dos chilenos, que tiveram mais posse de bola nos 120 minutos, o goleiro foi realmente testado uma vez, aos 19 minutos, quando salvou um chute de Aranguiz.

No outro lance mais perigoso da partida, Pinilla chutou de fora da área, no último minuto da prorrogação. A bola acabou batendo no travessão e deixou o placar empatado. Para virar herói, Júlio também contou com a sorte.