Forlán e Lugano lamentam punição a Suárez, mas evitam usá-la como desculpa
Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
Dois líderes da seleção uruguaia lamentaram a ausência de Luis Suárez na partida que eliminou a celeste da Copa do Mundo de 2014. Diego Lugano e Diego Forlán criticaram a punição excessiva ao atacante. Para ambos, ele fez falta no jogo contra a Colômbia, no qual o Uruguai perdeu 2 a 0.
"Jogamos contra um time que joga bem, mas a pena (a Suárez) foi excessiva, não tem porque ficar tanto tempo sem jogar. Eles abriram o placar com um golaço. Tentamos, mas ficou difícil. Hoje jogamos contra um time que foi muito bem", afirmou Forlán em entrevista após a partida.
"Suarez é um dos melhores de nosso time. Tem potência, virilidade. Claro que nos fez falta. Mas não podemos usar isso como um desculpa. Não conseguimos substituí-lo e fomos derrotados", complementou Lugano.
Ao SporTV, Lugano chegou a dizer que a falta de Suárez pode ser comparada a falta de Neymar para a seleção brasileira. "Pesou no futebolístico. Psicologicamente foi até bom para nós, motivação extra. Hoje fez falta. Há anos é nosso melhor jogador. É muito mais do que se faltasse Neymar para o Brasil ou Messi para a Argentina."
Luis Suárez foi suspenso pela Fifa por nove jogos e está proibido de participar de qualquer atividade relacionada ao futebol por quatro meses após morder o zagueiro Chiellini no jogo contra a Itália, em Natal.
Para Lugano, a pena é um atropelo. "A punição é um atropelo dos Direitos Humanos. Você proibir um trabalhador de ficar em um hotel em quem estão mais de cem pessoas, a um estádio em que estão mais de 60 mil pessoas, a treinar por quatro meses é um exagero. Qualquer pessoa que tem o mínimo de humanidade pensa assim. Quem não pensa tem que repensar seus conceitos. É uma barbaridade."
Forlán e Lugano já tiveram passagens pelo futebol brasileiro. Perguntado se irá torcer para o Brasil, Forlán disse ainda não ter escolhido uma seleção, mas lembrou de sua relação com o país: "Vamos ver. Vou torcer mais por um bom futebol. Tenho muito carinho pelos brasileiros, mais do que pelos colombianos. Meu pai jogou aqui, tenho muitos amigos. Vou torcer pelo bom futebol."