Vidal: o 'rey' chileno que detesta modéstia e monta uma discoteca em casa

Do UOL, em São Paulo

  • Júlio César Guimarães/UOL

    O meio-campista Arturo Vidal, grande esperança da seleção chilena que enfrenta o Brasil

    O meio-campista Arturo Vidal, grande esperança da seleção chilena que enfrenta o Brasil

A trajetória de Arturo Vidal é um tanto intrigante. Saído das peneiras de um time amador do subúrbio de Santiago, o volante de 27 anos que cria, ataca e finaliza como um meia-atacante viu sua importância crescer em progressão geométrica a partir de uma passagem que não chegou a dois anos pelo mais popular clube chileno antes de se transferir para a Alemanha, como uma promessa, e seguir para a Itália, com o status de grande jogador.

Talvez por isso e pelos rumores que fazem de Vidal alvo de transações milionárias na próxima temporada é que os chilenos, além do próprio, têm certeza absoluta que ele é o melhor meio-campista da atualidade, e peça fundamental para o Chile sonhar com algo gigantesco em 2014, como eliminar o Brasil em casa, no próximo sábado.

"Sou o melhor do mundo nessa posição. Há muitos que tentam jogar no mesmo posto que eu e até me imitam um pouco. Ninguém defende como eu, e, ao mesmo tempo, marca tantos gols", declarou Vidal durante a última temporada, quando foi autor de 11 gols e motor da Juventus que se sagrou tricampeã italiana.

Sua postura, que pode ser considerada como extremamente arrogante, é apenas um retrato fiel do que exatamente o torcedor chileno pensa do futebol de Arturo Vidal. A adoração pelo meio-campista, que começou a carreira no minúsculo Rodelindo Román (clube de uma área carente de Santiago), pode ser medida pelo noticiário alarmista que tomou conta do Chile no início de maio, quando o jogador foi submetido a uma cirurgia no joelho, incidente que ainda preocupa os chilenos, até porque as condições físicas do meio-campista são uma incógnita.

Apesar de a atual seleção ser tratada no Chile como a melhor que o país já teve desde a Copa do Mundo de 1962 e do elenco dirigido pelo elogiado Jorge Sampaoli ter uma estrela internacional como Alexis Sánchez, as fichas do torcedor chileno para que a equipe siga quebrando a banca dos favoritos na Copa do Mundo do Brasil estão todas depositadas em Vidal.

Não à toa, foi ele o protagonista das principais campanhas publicitárias ufanistas que circularam e continuam circulando nas emissoras de TV do Chile exaltando a Roja, como é chamada a seleção chilena. Em um dos anúncios, para uma operadora de telefonia celular, Vidal é tratado como 'rey', vestindo coroa e cercado de súditos em uma gigantesca mansão que fez as vezes de um castelo para a gravação.

Ambiente e situação que Vidal se sente absolutamente confortável. Alvo de comentários de que Manchester United e Atlético de Madri consideram oferecer o equivalente a mais de R$ 100 milhões para tirá-lo da Juventus de Turim, Vidal não se preocupa em economizar: o jogador constrói atualmente uma mansão nos arredores de Santiago que incluirá uma campo de futebol (com alambrado decorado com suas fotos defendendo a Juventus e a seleção chilena) e uma discoteca que terá uma jacuzzi no meio da pista.

Conquistas que Vidal não fazia ideia que estaria ao seu alcance quando chegou ao Colo Colo, em 2005, aos 17 anos. Reserva, conseguiu se destacar ao ganhar a posição de Gonzalo Fierro, aquele mesmo que jogaria pelo Flamengo nos anos seguintes. A entrada no time se deu em um jogo decisivo, em que sua equipe superou a Universidad do Chile. Seu futebol apareceu, e o alemão Rudi Völler desembarcou em Santiago para ver se era verdade que havia um chileno que fazia com primor vários papeis no meio-campo. Gostou do que viu e levou o jogador para o Bayer Leverkusen, pagando o maior preço que uma equipe chilena já havia recebido até então.

Após quatro temporadas e completamente adaptado, virou aposta da Juventus e caiu como uma luva em um meio-campo que acabara de receber Pirlo. Com gols, assistências e uma volúpia física que o faz se desdobrar em campo, virou 'guerreiro' para os italianos. O guerreiro que todo o chileno acredita ser o líder decisivo que fez uma legião de milhares de torcedores cruzarem os Andes acreditando que a Roja fará história no Brasil.

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