Regulamento da Libertadores faria Copa ter França x Uruguai nas oitavas
Do UOL, em São Paulo
A invasão de torcedores de Argentina, Chile e Colômbia, a mordida do uruguaio Suárez e as vozes dos mexicanos cantando "Cielito Lindo" por cima do "com muito orgulho, com muito amor" dos brasileiros deram à Copa do Mundo um clima típico de Libertadores, o torneio onde muitas vezes a garra vale mais do que a eventual superioridade técnica das equipes. E onde o regulamento, por suas características próprias, reserva confrontos imprevisíveis.
Caso a Copa do Mundo adotasse o modelo de cruzamento de adversários praticado na Libertadores, nenhum confronto que foi definido ao final da primeira fase do Mundial se repetiria. E tem mais: garantiria a realização de um duelo entre campeões mundiais (França x Uruguai), o que não ocorrerá de fato nos jogos que acontecerão entre o sábado (28 de junho) e a próxima terça (1º de julho).
Diferentemente do modelo de cruzamento definido pela Fifa, em que o primeiro e o segundo colocado de um grupo enfrenta o segundo e o primeiro colocado de outro grupo (pré-determinado em sorteio prévio), na Libertadores o que vale é o maior número de pontos acumulados entre todas as 16 equipes que avançam às oitavas da competição latino-americana.
Dessa forma, a Holanda seria a melhor equipe da primeira fase da competição, com 9 pontos, mesma pontuação de Colômbia, Argentina e Bélgica, que seriam superadas em critérios de desempate (número de vitórias, saldo de gols e gols marcados). Do outro lado da balança, a Grécia seria a equipe pior classificada, tendo o número de pontos de Nigéria, Estados Unidos e Argélia, mas sendo superada por ter o pior saldo de gols da competição.
Assim, a Holanda pegaria a Grécia nas oitavas da Copa do Mundo, um duelo de duas ex-campeãs europeias (os holandeses venceram em 1988 e os gregos, em 2004). A Colômbia, que só não teve a melhor campanha até agora por ter marcado apenas um gol a menos que o time de Robben e Van Persie, teria a Nigéria pela frente. A Argentina enfrentaria os Estados Unidos e a Bélgica encararia a surpreendente Argélia, última seleção a se garantir na próxima fase do Mundial.
A França, que terminou a fase de grupos com o mesmo número de pontos de Alemanha, Brasil e Costa Rica, mas com vantagem nos critérios de desempate, teria pela frente o mais temido dos adversários do momento: o Uruguai, que perdeu a primeira partida, não desanimou e buscou duas vitórias para seguir em frente com o status de bicampeão mundial e de algo da seleção brasileira no chamado Maracanazo de 1950.
Alemanha e Brasil, que só fizeram melhor do que a Costa Rica entre os primeiros colocados da primeira fase, terminaram absolutamente empatados em números de pontos (7), vitórias (2), saldo de gols (5) e número de gols marcados (7). Seria necessário um sorteio para definir que enfrentaria Suíça ou Chile, o adversário da vida real brasileira na Copa do Mundo (sábado, às 13h, no Mineirão).
Por fim, a Costa Rica, que fez a oitava e última melhor campanha entre os primeiros colocados, enfrentaria o primeiro melhor segundo colocado, o México.