Não basta ser o artilheiro da seleção ou, ao menos até agora, o da Copa do Mundo em si. Com quatro gols marcados em três jogos, Neymar é, ao lado de Ronaldo e Jairizinho, quem mais marcou pelo país na primeira fase de uma Copa do Mundo. Se o feito dá números à importância que ele teve até agora, também mostra o quão dependente o time de Luiz Felipe Scolari é de seu camisa 10.

Neymar fez quatro dos sete gols do Brasil até agora – Oscar, Fernandinho e Fred marcaram os outros. Saíram dos pés dele 57% das bolas do time que pararam na rede adversária. Em 1970 e 2002, Jairzinho e Ronaldo tiveram mais companhia.

No ano do tri, Rivellino e Pelé, esse último três vezes, ajudaram o "Furacão" a fazer o Brasil passar de fase com vitórias contra Tchecoslováquia, Inglaterra e Romênia. Em 2002, sob o comando de Felipão, Ronaldo viu Rivaldo fazer três, e Ronaldinho, Edmílson e Júnior um cada. Neymar não teve a mesma sorte.

O Brasil atual sequer venceu todas as suas partidas, como nas outras vezes. Embora Neymar tenha tentado, e muito, a seleção ficou no 0 a 0 com o México na semana passada, o que dá ainda mais peso à atuação do atacante nesta segunda. Contra Camarões, o camisa 10 foi decisivo.

Em um primeiro tempo muito aberto, no qual os africanos meteram, além do gol, uma bola na trave no Brasil, Neymar fez a diferença. Aos 16 minutos do primeiro tempo, ele completou com enorme categoria um cruzamento de Luiz Gustavo, abrindo o placar. Quando já estava 1 a 1, ele partiu para cima da zaga camaronesa, cortou para o meio e bateu cruzado para virar.

Foi a cereja do bolo para quem já era o líder do Brasil em chutes a gol, cruzamentos e entradas na área, além de ter sido destaque em outros quesitos. Para se ter uma ideia do tamanho do feito, Neymar soma 35 gols pela seleção em quatro anos atuando com a camisa verde-amarela.

Com os dois desta segunda, ele tornou-se o sexto maior artilheiro da história da seleção. À frente dele, estão apenas Pelé (77),  Ronaldo (62), Romário (55), Zico (48) e Bebeto (39).