Segurança da Copa é reforçada e pode até ter polícia dentro do estádio
Rodrigo Mattos e Mauricio Stycer
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Mauricio Stycer
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, depois da reunião em que discutiram a segurança no Mundial
Em meio à crise de segurança da Copa-2014, causada pela invasão de chilenos no Maracanã, o governo federal e a Fifa anunciaram um aumento do efetivo de segurança privada e pública em todos os estádios do Mundial. Em discurso, ambas as partes tentam classificar como eficiente a proteção aos jogos. Mas, na prática, foram constatadas seguidas falhas no sistema montado para o Mundial, o que levou a revisão de todo o processo.
Essa decisão foi tomada após reunião do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. As maiores autoridades em segurança pública do governo e da organização do futebol estiveram presentes em uma forma dar uma resposta à crise gerada pelo entrada dos torcedores no principal estádio do Mundial.
As medidas em estudo envolvem inclusive a atuação da polícia militar dentro das arenas, o que nunca fora admitido pela Fifa nem pelo COL (Comitê Organizador Local). No sistema até esta sexta-feira, havia apenas um pequeno contigente de homens de forças públicas no perímetro dos estádio. "Onde e se necessário, as forças de segurança vão continuar atuando. As Forças Armadas vão continuar como força preventiva", afirmou Cardozo.
Diante da falha grave ocorrida no Maracanã, até a Fifa admitiu incluir os policiais dentro dos estádios se for necessário. "(O aumento de seguranças particulares) Depende da situação de cada estádio. Falamos se pode usar a segurança pública. Se for preciso, nós não somos contra isso. Discutimos todas as questões", disse Valcke, ao lado do ministro.
Nos bastidores, a federação internacional tem cobrado um melhor isolamento do perímetro das arenas, principalmente no Maracanã. Já os governos federal e estadual apontaram diversas falhas no controle de acesso para o estádio que é feito por seguranças particulares contratados pelo COL, claramente em número insuficiente.
Assim, houve uma troca de acusações nos bastidores, embora, oficialmente, todos pregassem o entendimento e união para proteger o evento. Tanto que as duas partes fazem elogios à segurança do evento, apesar das seguidas falhas.
"Tivemos fallhas pontuais que vimos de comum acordo. A situação que varia de estádio para estádio, o perímetro de cada lugar será estabelecido sob o ponto de vista técnicos. Verificando elevação do número de agentes", afirmou o ministro, que considera injustiça dizer que há despreparo na segurança. Já Valcke afirmou que "globalmente a segurança funcionou.".