Cerveja barata e praia marcam derrota para torcedores ingleses

Verônica Mambrini

DO UOL, em São Paulo

Aspicuelta com Mourato Coelho: território de disputa entre uruguaios e ingleses na tarde de 19 de junho, na Vila Madalena, bairro boêmio de São Paulo. Na disputa para a próxima fase, o perdedor voltaria para casa. Quem estava sem ingresso procurou um lugar com telões para ver o jogo, e essa esquina confirmou o posto como um dos locais preferidos dos gringos que estão em São Paulo quanto de torcedores sem ingresso. A pequena multidão foi engrossada também pelos habitués da Vila Madalena, que estavam curtindo a movimentação diferente.

O câmbio favorável tornou o bar a segunda casa do grupo de Nick Meeks, que veio passar as férias no Brasil com a família – aos menos os homens, como o irmão, o sobrinho e mais dois amigos, cada um com sua máscara de Rooney. Queriam ficar na praia, e se hospedaram no Guarujá. "Estamos vindo todos os dias até o Posto 6 para ver os jogos. Chegamos umas 10h30 e entre 1h e 2h da manhã, um táxi passa para nos buscar e levar de volta à praia", conta. Como estão adorando o clima da Vila Madalena, voltam para o bar para veros jogos, interagir, e beber, claro. "And the ladies, of course!" Não podia faltar a menção à simpatia das mulheres brasileiras.

Os Meeks estão deixando no bar a cada dia cerca de R$ 500. "Com o câmbio, para nós é muito barato viajar aqui." O sorriso expansivo durou até o começo do jogo. Com o primeiro gol uruguaio, a tensão cresceu, seguida pelo alívio do empate. No gol decisivo que empurrou o Uruguai para mais perto da próxima fase, os rostos abaixaram. Os Meeks lamentaram contidamente a derrota. "Viemos para nos divertir, não vamos arrumar confusão. Claro que estamos chateados, mas vamos curtir os outros jogos e torcer pelo Brasil. Quero que o Brasil ganhe", diz, enquanto aceitava os apertos de mão de torcedores brasileiros e ingleses que passavam perto deles.

Entre os uruguaios, o pré-jogo era apreensivo. Perguntados sobre a expectativa, o rosto fechava, em dúvida. "Temos que ganhar, senão voltamos para casa. Não importa o placar, desde que a gente ganhe", disse Ignacio Perez, que dirigiu quase dois mil qilômetros, de Piriapolis, cidade a 40 quilômetros de Punta Del Este, para São Paulo, em quatro pessoas no carro. Camisetas lembrando a Copa de 1950 e o Maracanazo pontilhavam o cruzamento: no primeiro gol do Uruguai, ficou claro que a torcida estava pendendo para o uniforme celeste.

Muitos torcedores tiveram dificuldade de encontrar um telão para ver os jogos. Por volta das 13h, os ingleses Phill Leamb, Richard Lowe e Omid Afzalalghom (esse último, expatriado no Brasil) procuravam um bar com vagas. "Temos ingressos para Bélgica e Coréia do Sul, mas para hoje vai ser no bar mesmo", contou Leamb. Em Belo Horizonte, assistirão a Costa Rica e Inglaterra, e estavam firmes no propósito de manter a tradição inglesa de bons bebedores. "Ontem foram 9 chopes cada um. Ainda bem que a casa do Omid é perto daqui", riu o inglês. 

Torcedores ingleses afogam mágoas da derrota com cerveja e brasileiras

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