Atentado reforça comprometimento dos jogadores da Nigéria, diz porta-voz
Da AFP, em Campinas
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Adamu Adamu/AP
Casas destruídas e marcas de sangue após atentado em local que transmitia a Copa em Damaturu
Os jogadores da Nigéria entrarão em campo com maior motivação depois do atentado que matou pelo menos 21 pessoas nesta terça-feira em Damaturu, norte do país africano. Um grupo estava reunido para assistir à partida entre Brasil e México pela Copa do Mundo quando foi atingido por uma explosão.
"Isso reforça a determinação dos jogadores de fazer um bom trabalho contra a Bósnia, no sábado, e ganhar por eles, porque é o amor pelo futebol que fez tantas pessoas morrerem enquanto assistiam à uma partida", segundo declaração de Ben Alaiya, responsável de imprensa da seleção nigeriana.
"É chocante que alguém possa cometer atos tão insensíveis contra seus semelhantes quando o mundo celebra seu maior esporte. Mesmo que a gente ganhe a Copa, as vidas perdidas não serão devolvidas", finalizou Alaiya.
O governo nigeriano tem sugerido que as pessoas evitem de se encontrar em público para assistir aos jogos da Copa do Mundo, evitando potenciais ataques. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos atos. Atualmente a cidade de Damaturu, capital do estado de Yobe, está no coração de uma rebelião comandada pelo grupo extremista islâmico Boko Haram, que já dura cinco anos.
Boko Haram, cujo nome pode ser traduzido como 'educação ocidental pecaminosa', declarou guerra a todas as coisas sob "influência ocidental corruptora". O grupo já matou milhares de pessoas em sua tentativa de impor um estado islâmico na Nigéria, país religiosamente misto.
No treino desta quarta-feira, em Campinas, os jogadores nigerianos fizeram um minuto de silêncio antes do início das atividades. A Nigéria estreou empatando por 0 a 0 com o Irã. Os africanos enfrentam agora a Bósnia e depois a Argentina.