Rogério Ceni tem 41 anos, é capitão do São Paulo e já conquistou tudo aquilo que poderia durante a carreira: ganhou todos os títulos importantes possíveis, chegou ao topo do mundo em 2005, vestiu a camisa da seleção brasileira e entrou para o livro dos recordes como o goleiro que mais fez gols na história do esporte – foram 117. Mesmo com toda a fama, Ceni não é figura conhecida para o companheiro de posição Vincent Enyeama, goleiro da Nigéria que também se arrisca e já marcou 25 gols na carreira. Com boa atuação na Arena da Baixada, em Curitiba, contra o Irã, o nigeriano nunca ouviu falar do goleiro do São Paulo.

"Não, não… Eu não o conheço", falou Enyeama, ao UOL Esporte, após o empate por 0 a 0 na Arena da Baixada, em partida válida pelo Grupo F da Copa do Mundo.

Ao saber que Rogério Ceni é visto como referência entre os goleiros-artilheiros, pelo menos no Brasil, e que o são-paulino já marcou mais de 100 vezes entre cobranças de falta e de pênalti, Enyeama, de 31 anos, se mostrou surpreso: "Ah, sim? Não sabia…", falou com certa desconfiança.

Os 25 gols que Enyeama marcou na carreira foram todos de pênalti. Atualmente no Maccabi Tel Aviv, de Israel, o goleiro não chegou a marcar pelo Lille, da França, clube no qual atuou entre 2011 e 2012. Todos os gols saíram até 2011. Hoje, ele explica que deu uma pausa nas tentativas, mas revela o quanto gosta de trocar a posição debaixo das traves pelos gols marcados.

"Eu amo fazer gols, mas nesse momento não quero, não penso nisso. Estou relaxando. Estou parando com isso", falou o nigeriano. "Eu não quero mais responsabilidade", explicou.

Apesar do fracasso até agora nas cobranças de faltas de do discurso tímido, de quem não quer mais tentar, Enyeama promete conseguir até o fim da carreira: "Não, eu nunca marquei em uma cobrança de falta, mas ainda vou conseguir antes de parar de jogar".

Após o empate, a Nigéria enfrenta a Bósnia no próximo sábado, na Arena Pantanal. A Argentina, que lidera o grupo, enfrenta o Irã para encaminhar a classificação às oitavas de final.