Não tem segredo. Média de gols dispara porque atacantes chutam mais e certo

Do UOL, em São Paulo

Mais chutes, mais chutes certos e mais gols. A análise de três estatísticas básicas do começo das Copas de 2010 e 2014 mostra que o Mundial do Brasil é um prato cheio para quem gosta de ver bola na rede. Em comparação com a seca ofensiva da África do Sul, os atacantes agora estão mais ativos, mais precisos e mais eficientes.

O aumento na média de gols por partida é fato. Em 2010, houve 1,5 gol por jogo na primeira rodada. Agora, depois de 17 jogos, há quase o dobro disso, 2,9 (mesmo contando os dois 0 a 0 dos últimos dias, um deles já válido pela segunda rodada).

Também tem havido mais chutes, embora essa crescimento seja mais sutil (de 22,9 para 24,2). Mas não basta os times finalizarem mais vezes. Agora eles também finalizam melhor.

O fator de desequilíbrio em 2014 é a pontaria dos atacantes. Se na África, eles acertaram na primeira rodada, em média, 8,2 bolas na direção do gol, agora esse número é 13,5.

No site da Fifa, o atacante Neymar aparece como o campeão de pontaria. Nas duas partidas que disputou até aqui, acertou seis chutes ao gol em sete tentativas que fez - apenas duas delas resultaram em gol.

Cristiano Ronaldo e Karim Benzema, que jogaram apenas uma vez, têm números semelhantes.

O Mundial até agora está me encantando. Estamos vendo um Mundial onde as equipes nos surpreendem, atacando, como demonstrou a Croácia, a Costa Rica contra o Uruguai. Um Mundial com muitos gols Maradona

Essa estatística de chutes que vão ao gol indica que os goleiros andam sendo bombardeados com muito mais intensidade do que no Mundial passado. A partir daí, eles podem reagir de duas formas distintas, conforme ficou muito bem ilustrado na última terça-feira.

Se o goleiro for como o mexicano Guillermo Ochoa, ele se converte em um paredão e interrompe todas as tentativas do time rival não importa se elas venham do alto, de baixo, de longe ou de perto. Ochoa fechou o gol contra o Brasil e contra a Camarões. No site da Fifa, aparece como o campeão em defesas: sete.

Mas, ele pode atuar como o russo Igor Akinfeev, que até defendeu os três primeiros chutes dos coreanos, mas no quarto engoliu um frangaço.

Independente da atuação dos goleiros, se os atacantes se mantiverem tentando chutar a gol é provável que a média de tentos do torneio continue alta. A Copa do Mundo agradece.

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