Faltou o pênalti no dia da seleção brasileira

Do UOL, em São Paulo

Só faltou o gol. Ou o pênalti. A seleção brasileira deixou o Castelão reclamando de uma suposta falta dentro da área em cima de Marcelo após o empate por 0 a 0 com o México nesta terça-feira. Felipão esperou o fim das perguntas dos jornalistas na coletiva da imprensa para questionar: "E agora, vocês não falam mais do pênalti?".

O comandante até falou pouco da brilhante atuação de Gillermo Ochoa, goleiro mexicano que virou destaque no mundo inteiro. Argentina, Itália, Espanha, França... todo mundo falou dele.

Por falar em pênalti, foi assim que a Argélia assustou a geração dourada da Bélgica. Os europeus estrearam no Mundial sob os olhares do mundo, apontados como grande candidatos a surpresa. Não honraram o rótulo e conseguiram arrancar os três pontos no sufoco: 2 a 1.

Sufoco foi também o que passou o goleiro russo Akinfeev, que tomou o frango da Copa. Espalmou o chute do sul-coreano para dentro de sua própria meta. Foi salvo pelo companheiro, que empatou: 1 a 1.

Fora de campo, o dia conturbado foi dos paulistanos que pouco puderam aproveitar a saída antecipada do trabalho. Trânsito acima da média, metrô superlotado e Fan Fest fechada por excesso de gente.

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Juiz vilão ou goleiro herói?

REUTERS/Marcelo Del Pozo

Felipão reclamou dos jornalistas. Disse que os comentários após a estreia fizeram com que o juiz não marcasse mais pênalti para o Brasil.

A resmungada diz respeito às insistentes críticas da imprensa brasileira e mundial em relação ao lance em cima de Fred na primeira partida. Por pelo menos dois dias após a vitória por 3 a 1 em cima da Croácia, a penalidade máxima apontada pelo árbitro japonês foi assunto. A maioria dos jornais creditou ao juiz uma boa parcela de responsabilidade pela vitória.

E não foi só ele que se esqueceu do arqueiro que ganhou rótulo de herói.

Marcelo, lateral esquerdo do Brasil, também saiu do gramado reclamando. Chegou até a rebater o comentarista de arbitragem da TV Globo, Arnaldo Cézar Coelho, ao vivo. Disse que foi, sim, puxado. E que o lance foi pênalti, contra a opinião do ex-juiz.  A mesma opinião foi compartilhada pelo capitão da seleção, Thiago Silva. Ele afirmou após a partida que, mesmo lá de trás, pôde ter certeza que a marca de cal deveria ter sido apontada pelo juiz turco nesta terça-feira. 

Pensando por outro lado, pode ter sido bom que o pênalti não foi marcado. Ochoa estava tão inspirado que a defesa de uma batida de Neymar podia melhorar ainda mais o DVD de sua atuação.
 

Cartão vermelho para o trânsito

J. Duran Machfee/Futura Press/Estadão Conteúdo

Teve muita gente que vai ouvir falar bastante de Ochoa nos melhores momentos. A hora do rush de São Paulo foi transferida. A saída antecipada dos trabalhadores fez com que o congestionamento típico das 18h acontecesse às 14h. O resultado foi milhares de torcedores presos seguindo a partida dentro de seus carros, sem conseguir acompanhar tudo. 

O jeito vai ser acompanhar os melhores momentos no noticiário mais tarde. E adivinha quem é que vai ser o destaque? Claro que será Ochoa. 

O metrô da cidade também teve muitos problemas. Superlotação na estação República, por exemplo, dificultou a vida dos que queriam ir para a Fan Fest, no centro, no Anhangabaú.

Tudo bem. Aqueles que não conseguiram assistir ao jogo desta terça ainda terão a chance de assistir ao jogo de segunda-feira. Com o 0 a 0, a partida contra Camarões ganha ar de decisão. Um empate basta para garantir a vaga nas oitavas de final. Ao mesmo tempo, dependendo dos resultados, uma vitória pode não garantir a liderança da chave.

Cadê a geração de ouro?

EFE/EPA/DENNIS SABANGAN

A decepção que se viu em Fortaleza também pôde ser vista no Mineirão. A "geração dourada" da Bélgica estreou sob atenção dos especialistas. Candidata a uma grande surpresa da Copa do Mundo, os europeus sofreram mais do que se imaginava para passar pela Argélia.

Os africanos saíram na frente com o lance que Felipão queria ter tido: um pênalti. E os Diabos Vermelhos conseguiram mais uma virada para a história desta Copa do Mundo, com dois gols de dois atletas que saíram do banco.

O maior frango da Copa

AFP PHOTO / ADRIAN DENNIS

Para compensar um pouco a decepção, o outro jogo do grupo H ajudou bastante a Bélgica. A Coreia do Sul saiu à frente com o maior frango até aqui do Mundial. O goleiro titular russo, Akinfeev, espalmou a bola para dentro, em um lance digno dos maiores pesadelos de um camisa 1.

Se Akinfeev fosse o goleiro mexicano, certamente, o pênalti não marcado em Marcelo não teria sido destaque da coletiva de Luiz Felipe Scolari, tampouco desta matéria. 

A falha do russo, ao menos, teve o efeito que a torcida esperava. O jogo passou a ser mais aberto, com as equipes buscando mais o gol, especialmente a Rússia, de Fabio Capello. Foi pressionando os asiáticos que Kerzhakov conseguiu empatar o placar.

Agora, a Rússia encara Bélgica, no Maracanã, no próximo domingo, às 13h. Já a Coreia do Sul joga contra a Argélia no mesmo dia, às 16h, no Beira-Rio.

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