Pelada padrão Fifa: Nigéria e Irã fazem o primeiro 0 a 0 da Copa

Do UOL, em São Paulo

Depois de viradas espetaculares, goleadas, dramas e golaços, os jogadores de Nigéria e Irã provaram que uma Copa do Mundo também tem espaço para caneladas. Com muitos erros de passe, de posicionamento, escanteios mal batidos, tiros de meta chutados para lateral e 90 minutos que pareceram uma eternidade, o jogo mais fraco do Mundial terminou previsivelmente 0 a 0 em Curitiba. O primeiro empate e o primeiro jogo sem gols da Copa. As equipes foram vaiadas no fim da partida.

Os nigerianos até que tentaram tirar o zero do placar, mas esbarraram em um adversário com defesa bem montada e em suas próprias deficiências técnicas. Os iranianos, com muito medo de perder e pouca vontade de ganhar, ameaçaram pouco o gol adversário, mas saíram de campo com um empate que pode até ser considerado um bom resultado. Quem deve ter gostado do que se viu foram os argentinos, os próximos adversários dos dois times no Mundial.

Fases do jogo: A Nigéria dominou a posse de bola desde o começo e tentou atuar apenas no campo iraniano. Com pouca criatividade, porém, a principal arma era o chuveirinho. Em um desses lances no primeiro tempo, os africanos chegaram ao gol, mas o juiz o anulou indicando uma falta no goleiro persa.

O segundo tempo viu os nigerianos partirem com mais intensidade ao ataque, e os iranianos se defenderem na mesma medida. Mas nos lances mais agudos, os atacantes isolaram a bola ou os defensores conseguiram evitar o perigo com chutões e cabeçadas para o alto.

O melhor: Obi Mikell. Em um jogo de poucas alternativas ofensivas, o camisa 10 nigeriano, que defende o Chelsea, comandou o meio-campo de sua equipe e criou as poucas chances de gol.

O pior: Moses. Quando acionado, o atacante nigeriano falhou. Correu muito, mas não soube se livrar da marcação, além de errar passes-chave na entrada da área. Foi substituído no segundo tempo e não gostou.

Chave do jogo: o meio-campo congestionado. A opção dos técnicos de escalar, cada um, cinco homens no meio-campo acabou favorecendo a retranca persa.

Toque dos técnicos: O português Carlos Queiroz adotou uma estratégia clara: se defender o máximo possível e só sair ao ataque em situações de controle absoluto. Essa opção rendeu poucas ameaças à meta nigeriana. Os africanos tiveram o domínio da bola, mas pecaram tanto na criação de jogadas quanto na conclusão delas.

Para lembrar:

Beijaço anti-homofobia. Antes do jogo em Curitiba, militantes do movimento LGBTT promoveram um "beijaço" como forma de protesto às legislações homofóbicas no Irã e na Nigéria. Nos dois países, a homossexualidade é considerada um crime e punida até com pena de morte.

Troféu fair-play. Mesmo em um jogo difícil, os jogadores não apelaram para violência. A partida teve poucas faltas, e o único cartão amarelo saiu aos 30min do segundo tempo, em uma entrada um pouco mais forte do iraniano Timotian.

Primeiro empate da Copa. No 13º jogo, o Mundial registrou, além do primeiro placar em braco, o primeiro empate. 

Arquibancadas cheias. Foi a estreia da Arena da Baixada na Copa e a torcida encheu o estádio do Atlético-PR, apesar da baixa qualidade técnica das equipes em campo. Boa parte dos brasileiros apoiou o time mais fraco, o Irã.

IRÃ 0 X 0 NIGÉRIA

Irã: Haghighi; Heydari (Masoud), Haji Safi, Hosseini e Sadeghi; Nekounam, Timotian, Montazeri, Ghoochannejad, Dejagah (Jahan Bakhsh); Pooladi
Técnico: Carlos Queiroz

Nigéria: Enyeama; Ambrose, Oshaniwa, Oboabona (Yobo) e Omeruo; Mikel, Onazi, Azeez (Odemwingie), Musa, Moses (Ameobi); Emenike
Técnico: Stephen Keshi

Data:16/06/2014 - 16h
Local: Arena da Baixada (Curitiba)
Árbitro: Carlos Vera (EQU)
Auxiliares: Christian Lescano (EQU) e Stefan Lupp (EQU)
Cartões amarelos: Timotian (Irã)
Público: 39.081 pessoas

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