O zagueiro Sergio Ramos, do Real Madrid, que hoje ocupa posição de prestígio na seleção espanhola, foi um dos escolhidos para falar na manhã deste sábado, no CT do Caju, em Curitiba, para explicar a impressionante derrota por 5 a 1 para a Holanda, na estreia da Copa do Mundo, sexta-feira, em Salvador. E Ramos admitiu: o grupo se sente machucado após o vexame, mas vê a derrota como fator de motivação.

"Claro, é difícil dormir, você não deixa de pensar no jogo. Como disse antes, o torneio obriga a passar rápido a página. O vestiário está mais unido do que nunca. Estamos cheios de paixão, de orgulho próprio e de emoção para jogar a partida contra o Chile. Te motiva mais ainda, levantar de um momento muito complicado, difícil, nos últimos anos fomos campeões de praticamente tudo", falou o zagueiro.

"Vamos devolver o carinho de todo mundo ganhando. Estamos machucados, mas isso vai nos motivar para o mundial", afirmou.

O zagueiro ainda defendeu o companheiro de clube Iker Casillas, que falhou em pelo menos dois gols da Holanda na derrota: "Eu o vejo como vejo qualquer companheiro. Todo o pior recai sobre os jogadores que estão há mais tempo, mais experients, e com isso tem que assumir, não há o que se possa falar. Vamos assumir pela história, pelos anos que leva. O vejo super motivado e convencido de que se pode. Todos tem que assumir um pouco", falou.

Para Sergio Ramos, a derrota não tira a confiança dos torcedores espanhóis para o sucesso da seleção espanhola na Copa do Mundo. O zagueiro, campeão da última Liga dos Campeões pelo Real Madrid, acredita que o país está plenamente confiante. Ele nega a opinião que o vexame mostra o fim de um ciclo e uma necessidade de mudança. 

"Para mim pessoalmente não, é a opinião não sei de quem. Aceitamos as críticas, estou convencido de que nosso país está 98% confiante na nossa seleção. Não vai faltar vontade contra o Chile. Não se pode falar de fim de ciclo por causa disso", falou. 

Ramos e o lateral esquerdo Jordi Alba, do Barcelona - outro escalado para a coletiva -, rejeitaram usar a desculpa da alta temperatura em Salvador, comparada à de Curitiba, onde treinam, como um dos motivos da derrota.

"Não é desculpa calor ou frio, eu prefiro estar como estamos aqui [Curitiba], acho melhor. Se tivéssemos ganhado não estaráimos falando disso. Quando vamos jogar deixamos toda a alma no jogo", falou Alba. "Eu acredito que não é desculpa, se o resultado tivesse sido outro não estaríamos falando de temperatura. A Espanha tem uma mentalidade vencedora e isso não vai mudar", completou Ramos.