Bicicletas viram táxi para furar restrição Fifa e fazem comerciante lucrar

José Ricardo Leite

Do UOL, em Fortaleza (CE)

Um calor que chega até 34º em um dia de poucas nuvens no céu horas antes da partida entre Uruguai x Costa Rica. E o trajeto dos pontos interditados pela Fifa chega a 3km do estádio. Mas existia uma solução para os torcedores que foram ao estádio Castelão, neste sábado, em Fortaleza: bicicletas com vários bancos feitas de táxi para transportá-los.

Alguns torcedores mais cansados prefiram não encarar os longos trechos com pouca sombra e pagaram os R$ 10 cobrados por alguns dos "taxistas do pedal" para levá-los até a porta do estádio. A federação internacional de futebol não impede que bicicletas circulem nas redondezas.

Uma delas chegava a ter até sete bancos, todos com pedais para que os torcedores possam ajudar a pedalar e chegar mais rápido à entrada da arena.

"Vale, vale muito a pena pegar isso. É bem mais sossegado, cansamos bem menos e ainda temos nossos braços livres para para tomar a nossa cervejinha", falou Fernando Milanello, que ia ao jogo com a camisa da seleção brasileira e mais seis companheiros juntos.

Somente nessa tacada a bicicleta taxi de Naílton Gomes já angariou R$ 70. Ele é o dono desse veículo e o trouxe na madrugada da região da praia para a do estádio. Diz que desde às 8h30 ele e mais dois companheiros já estavam a postos para as viagens.

"É bom que dá para angariar um dinheiro com isso. Ajuda bastante. Eu sou comerciante da cidade e trabalho com locação de bicicleta, mas vir pra cá em dia de jogo já pode garantir um extra a mais ainda", explicou.

Naílton disse que teve a ideia de usar as bicicletas interligadas na Copa das Confederações e que em um dia de mito movimento chegou a lucrar até R$ 2.000.

Muitos dos torcedores presentes nas redondezas do estádio reclamaram das longas distâncias percorridas no sol e calor até chegarem à porta do estádio. "Ninguém merece caminhar nesse calor, isso é demais, é desnecessário", reclamou o uruguaio Rodrigo Bstrada. "O acesso para chegar aqui é muito ruim, caminhar a essa hora do dia, com esse calor, não dá. É muito ruim isso pra nós", endossou o companheiro Pablo Paladino.

A uruguaia Teresa Loureiro caminhava muito devagar com a sua família, com várias pausas para beber uma água em uma garrafa de dois litros que a família carregava. "Isso está sendo horrível. Por que não fazer um limite de três ou quatro quarteirões? Mas tudo isso, é necessário?", questionou.

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