A Rua Joinville, na zona sul de São Paulo, nunca esteve tão "bem guardada". Com a presença da seleção brasileira no hotel Pullman, o forte esquema de segurança não deixa perigo algum se aproximar. Mas a vizinhança não parece tranquila com o efetivo policial. Por conta dos hospedes ilustres, o quarteirão está isolado para acesso e até mesmo os moradores do local precisam se identificar em uma espécie portaria improvisada, o que não tem agradado e até mesmo gerado problemas.

Entre caras feias e indignação, os moradores da Joinville estão irritados com o excesso de segurança no local. Quem está hospedado no hotel da seleção ou possui reserva tem que usar uma pulseira de identificação. Já quem é vizinho ao local sofre um pouco mais e tem que apresentar o nome antes de poder entrar na rua. Isso quando estão com identificados na lista.

Um dos que tiveram problemas foi José Roberto. Morador da rua onde está o hotel da seleção, o homem chegou ao local de carro e foi surpreendido com a ausência de seu nome entre os autorizados a passar.

"É um absurdo, uma pouca vergonha", disse após ser barrado.

Em determinados momentos, o esquema de segurança faz com que se forme uma fila na "portaria", o que tem atrapalhado até mesmo quem trabalha na Joinville.

"É complicado porque nos atrasa", analisou.

O tráfego na região anda tão intenso que um homem acompanhado de um funcionário do Pullman foi até a esquina e alterou uma placa de trânsito. No local, onde se encontrava uma seta para a direita, indicando o caminho até a Avenida 23 de maio, agora existe uma seta improvisada pedindo para que os motoristas sigam em frente.

Questionados pela reportagem do UOL Esporte sobre a atitude, membros do hotel afirmaram que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) autorizou a mudança. A empresa ainda não confirmou a versão.

Um funcionário do hotel, que preferiu não se identificar, afirmou que o sistema se trata de uma ação conjunta entre CBF e o hotel.