Para ganhar, é agora. Reformulação da Espanha pós-2014 muda coração do time

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em Curitiba

Xavi, David Villa, Xabi Alonso e Fernando Torres. Quatro jogadores que fizeram da Espanha a melhor seleção do planeta nos últimos anos e serviram como protagonistas para consolidar o estilo de jogo marcante, começam nos próximos dias a disputa daquela que será a última Copa do Mundo da carreira. E podem não ser só eles. A Copa no Brasil também poderá ser a última de Andrés Iniesta, David Silva e Santi Cazorla. Todos esses, jogadores que atuam do meio de campo para a frente. No limite de tantos craques, fica claro que a chance para a Espanha ganhar mais uma Copa é agora, porque a partir de agosto será iniciada uma nova era na seleção.

É difícil imaginar a Espanha que venceu duas Eurocopas e uma Copa do Mundo desde 2008 sem tais figuras. Como ficaria, por exemplo, o time titular do selecionado do técnico Vicente Del Bosque sem Xabi Alonso, Xavi, Iniesta, David Silva, Villa e Torres? A Espanha da próxima Copa deverá ter Javi Martínez, Koke, Ander Herrera, Iturraspe, Thiago Alcântara, Iker Muniain, Gerard Deulofeu e Adrián entre os substitutos da atual geração. A aposta é promissora, mas chega para substituir atletas que fizeram história.

Os atletas de setor ofensivo que deverão jogar a Copa do Mundo pela última vez em 2014 não têm papel importante apenas dentro de campo. Eles viveram junto com a seleção espanhola todo o processo de transformação, do time inconsistente e sem fibra – reconhecido por falhar em momentos decisivos –, para a equipe de jogo único. Sedutor, envolvente e fatal. Estes atletas começaram a ser convocados quando a Espanha era a Fúria, temida até as quartas de final de uma Copa, no máximo, e a transformaram no time conhecido pela bola. Anos que tiveram um protagonista que, apesar de não jogar no setor de ataque, não estará na Rússia em 2018: o goleiro e capitão Iker Casillas.

Após a última Copa do Mundo, em 2010, na qual a Espanha se sagrou campeã pela primeira vez com gol de Andrés Iniesta sobre a Holanda, a reformulação foi pontual, no setor defensivo. A maior parte do elenco foi aproveitado e conservado até 2014. Na defesa, foram trocados Álvaro Arbeloa, Joan Capdevilla, Carles Puyol e Carlos Marchena por Juanfran, Jordi Alba e Cesar Azpilicueta.

Enquanto se prepara para o início da Copa, a Espanha de Del Bosque dá poucos indícios de qual será o time titular que vai estrear contra a Holanda, sexta-feira, em Salvador. Nesta terça-feira até seria possível arriscar um time titular provável a partir dos jogadores que utilizaram coletes no treino aberto no CT do Caju, em Curitiba, não fosse a ausência de Iniesta do grupo. Casillas, Azpilicueta, Ramos, Piqué, Alba, Busquets, Xabi Alonso, Xavi, Pedro, Silva e Torres formaram o time. 

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