Governo gasta R$ 72 mi em porto de Natal para Copa, mas ponte impede uso

Bruno Thadeu

Do UOL, em Natal

  • Reprodução/MInistério do Esporte

    Planilha do Governo informa que porto de Natal custou R$ 72,5 milhões para receber Copa

    Planilha do Governo informa que porto de Natal custou R$ 72,5 milhões para receber Copa

O governo federal gastou R$ 72,5 milhões para construir o Terminal Marítimo de Natal especialmente para a Copa do Mundo. A ideia era que cruzeiros com torcedores vindos do México e Estados Unidos atracassem no Rio Grande do Norte para os jogos no Estado. Mas o projeto não previu um detalhe: a ponte Newton Navarro, construída em 2007, impede a passagem de navios de grande porte.

Com altura de 55 metros da água à estrutura metálica, a ponte tem espaço inferior aos mais de 60 metros do cruzeiro MSC Divina, que escolheu Recife como "plano B". Os 3.500 passageiros do navio, na maioria mexicanos, vão desembarcar nesta terça na capital pernambucana.

Em setembro de 2013, o governo usou site oficial da Copa para detalhar os investimentos feitos no porto de Natal. A construção começou em 2011, ao custo de R$ 72,5 milhões, e o local era uma das quatro grandes ações previstas para a cidade, que é sede da Copa. Na planilha apresentada com os custos do porto, não foi feita qualquer menção à ponte no tópico "restrições" (como mostra a foto acima). 

As outras três obras do governo com recursos públicos em Natal foram destinadas para a construção da Arena das Dunas (cuja primeira estimativa foi de R$ 400 milhões), o complexo viário no entorno do estádio (mais de R$ 200 milhões), além do aeroporto internacional (R$ 189 milhões, orçamento inicial).

Sem o Terminal Marítimo de Natal, a solução foi disponibilizar ônibus fretados, que partirão de Recife rumo a Natal, em um percurso de 280km. A capital do Rio Grande do Norte sediará México x Camarões, sexta, na Arena das Dunas.

Com a ponte impedindo a passagem do navio, a Codern (Companha Docas do Rio Grande do Norte) chegou a apresentar em 15 de abril uma alternativa: ancorar o navio em fundeio, com 2,5 milhas de distância da costa, transportando os passageiros ao solo em embarcações.

O órgão do governo potiguar enviou nota em abril dizendo que "ainda estava em negociação para receber o navio turístico". No entanto, a empresa mexicana que opera o cruzeiro MSC Divina rumo ao Brasil, Mundomex, negou que tivesse negociando com a Codern e informou que já havia descartado o porto de Natal desde o começo da temporada.

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