Esquema de guerra da seleção em SP atrapalha comerciantes e causa confusão

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em São Paulo

O esquema de guerra com mais de 150 policiais e ruas fechadas no entorno do hotel que receberá a seleção brasileira em São Paulo deve garantir a tranquilidade do time de Luiz Felipe Scolari nos dias que antecedem a estreia na Copa do Mundo – quinta, contra a Croácia. O mesmo, no entanto, não se pode dizer sobre o comércio vizinho da região.

Em função da área de segurança nos arredores do hotel, alguns estabelecimentos tiveram seus acessos prejudicados e uma queda considerável no movimento nesta terça-feira. O caso mais emblemático foi de um restaurante japonês lado, localizado ao lado do hotel, que ficou isolado e não tinha como receber clientes.

Com grades nos dois lados de acesso ao seu restaurante, o proprietário Reginaldo Uekita se revoltou com os policiais, discutiu com integrantes do exército e viu uma grande confusão.

"Isso é uma falta de respeito. Estou com meu restaurante aberto desde o início da noite e surpreendido que ninguém entra. Quando vim aqui fora, tudo cercado. Como assim? Ninguém me comunicou nada. Não posso ser prejudicado desta maneira", disse, após discutir com o Tenente Coronel Romano, que comanda as ações da Polícia Militar nos hotéis da Fifa.

"Vocês são abusados. Nada justifica isso. Vou arrancar essas grades", gritou para os policiais.

Após alguns minutos de discussão diante de torcedores, imprensa e outros agentes de segurança, o representante da Polícia Militar se defendeu, reposicionou as grades e tentou esclarecer a confusão.

"Somos obrigados a manter uma área de isolamento. É algo em torno de 50 metros da entrada do hotel. Nós, a pedido de COL e Fifa, não podemos deixar os jogadores expostos. Acontece que não tínhamos reparado a presença de um restaurante aqui. Não sabíamos que estava aberto normalmente", argumentou Romano, que acabou sendo criticado também pelos torcedores presentes.

Após muito bate boca, a entrada do restaurante foi liberada. Mas nada que diminuísse a irritação do proprietário do local. "Depois que eu gritei, eles liberaram um pedaço. Mas não dá. É algo muito pequeno. Ninguém vai chegar perto. Vou ter uma noite de prejuízo", reclamou, mais uma vez, Reginaldo Uekita.

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