Brasileiro Sammir vê Croácia com "qualidade" para vencer o Brasil

Vagner Magalhães

Do UOL, em Salvador

  • Charlie Crowhurst/Getty Images

    Sammir, da Croácia, domina a bola durante amistoso contra a Coreia do Sul em Londres

    Sammir, da Croácia, domina a bola durante amistoso contra a Coreia do Sul em Londres

Aos 27 anos, o meio-campista Sammir, brasileiro naturalizado Croata, sabe que tem de correr contra o tempo. Ainda há uma vaga no time titular para enfrentar o Brasil na estreia da Copa do Mundo, quinta-feira, em São Paulo. Ele corre por fora, mas diz que vai lutar até o fim,. "É uma oportunidade única".

No Brasil, o jogador teve passagens discretas por times como Atlético-PR, Paulista e São Caetano. Começou a se destacar a partir de 2007, quando chegou ao Dinamo Zagreb, da Croácia, de onde se transferiu neste ano para o Getafe, da Espanha. Lá, garantiu a chance de estar na lista dos 23 convocados do técnico Niko Kovac.
 
O próprio jogador reconhece que não estava bem em Zagreb e que a sua transferência para o Getafe foi essencial para que fosse convocado. "Em Zagreb eu não estava feliz. Na Espanha eu comecei a treinar como nunca e estou feliz de estar aqui. Estou lutando para ficar na equipe", disse ele.
 
Pelo Dinamo, Sammir foi sete vezes campeão croata e colecionou cinco títulos da Copa nacional. Seu auge foi
marcar 19 gols na temporada 2010-2001.
 
Porém, em 2012, levou uma multa de 250 mil euros por conta de uma festa promovida por ele na concentração da equipe em uma partida da Liga dos Campeões. Ficou a fama de indisciplinado.
 
Nesta semana, Sammir foi elogiado pelo técnico croata Niko Kovac. "É uma pessoa tranquila, que não fala muito, mas trabalha sério". O brasileiro retribuiu. "Fico feliz com os elogios, não poderia ser de outra forma. Se for o escolhido, vou tentar fazer o máximo nos 90 minutos. Temos qualidade para um bom resultado", afirma.
 
Sammir briga para jogar na vaga do atacante Mario Mandzukic, que não poderá defender a seleção da Croácia contra o Brasil no dia 12 de junho. Destaque do Bayern de Munique, o jogador foi expulso no duelo que garantiu os croatas no mundial, diante da Islândia, pela repescagem, e terá que cumprir suspensão diante do time de Felipão. 
 
Baiano de Itabuna, Sammir disse ter ficado surpreso com a decisão da Croácia de treinar na Bahia. Por conta disso, acabou virando centro das atenções. "Honestamente eu não esperava tanta atenção. Mas eu nasci aqui e estou feliz, que agora todos me reconhecem. É um incentivo para eu fazer mais", afirma.
 
O jogador conta que seus colegas estão encantados com a Bahia - a delegação está hospedada na praia do Forte, que fica a cerca de 60 km de Salvador. "Dizem que é quente, abafado, mas bonito. Alguns disseram que vão voltar depois da Copa".
 
Para a partida contra o Brasil, o jogador afirma que o time croata tem qualidade para chegar a São Paulo e fazer uma boa partida. Pessoalmente, diz que é uma "emoção muito grande" e que vai fazer de tudo para que o time se classifique para a segunda fase.
 
Diz que ouvir o hino nacional no amistoso contra a Austrália provocou uma sensação diferente. "Sou brasileiro, tenho passaporte, os papéis croatas. Mas isso não quer dizer que não cantei o hino. Cantei por dentro. Foi uma emoção muito grande ouvir o hino nacional", disse ele. "Mas cantei o hino da Croácia", afirmou. Os sete anos em Zagreb fizeram que ele fale com desenvoltura a língua local.
 
Depois do jogo contra a Austrália, Sammir disse ainda não acreditar direito no que estava acontecendo. De jogar com a seleção croata no estádio Pituaçu, em Salvador. "Nunca imaginei poder jogar na Bahia. Ainda me falta jogar na Fonte Nova para ficar tudo completo".
 
 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos