Paulistano vaia o "básico", mas abraça seleção mesmo em jogo complicado

Gustavo Franceschini e Paulo Passos

Do UOL, em São Paulo

Terra de vaias históricas à seleção brasileira, especialmente em um passado recente, São Paulo deixou a corneta de lado para abraçar Neymar e companhia a menos de uma semana para a abertura da Copa do Mundo. Em um jogo difícil, em que o time não correspondeu às expectativas, o Morumbi lotado apoiou, na medida do possível, e vibrou com os parcos bons momentos. Para não perder o costume, o público vaiou o "básico', mas a "corneta" não apagou o espírito geral de apoio.

Foram 63 mil pagantes e 67 mil presentes no estádio do São Paulo, que produziu a terceira maior renda da história do futebol brasileiro. Foram arrecadados R$ 8.693.940,00, atrás apenas do título do Atlético-MG na Libertadores e da final da Copa do Brasil do ano passado, entre Flamengo e Atlético-PR, no Maracanã.

Os torcedores pagaram caro por um clima de Copa e fizeram sua parte para sentir o torneio de perto. O clubismo tradicional, com camisas e bandeiras de times, deu lugar a um amarelo predominante nas arquibancadas e nos arredores do estádio. Mesmo os são-paulinos, "donos da casa", levaram poucos adereços tricolores, convivendo bem com as visitas.

Neymar, como manda o roteiro, era o mais assediado. Cada escanteio do Brasil era um grito de gol estridente nas arquibancadas, que não deixavam o camisa 10 em paz. A torcida também se assustou com as entradas duras da Sérvia e puxou gritos de "Brasil" nos poucos momentos em que o time parecia engrenar no primeiro tempo.

Vaias? Só na hora certa. Como se entendesse que seu apoio era fundamental no tempo normal, o público só protestou depois do juiz mandar o jogo para o intervalo. Era o resultado previsível de uma atuação fraca da seleção, que não criava, marcava mal e já acendia o sinal de alerta em relação à Copa do Mundo.

No segundo tempo, foi a vez do clubismo dar as caras. Enquanto o time ainda sofria para encarar a Sérvia, a torcida pediu "Luis Fabiano", hoje a principal referência ofensiva do São Paulo.

Fred pareceu se doer pelo pedido em campo. Minutos depois, o camisa 9 da seleção atual fez o público esquecer seu antecessor em termos de Copa do Mundo ao dominar entre os zagueiros para, caído, bater na saída do goleiro. O 1 a 0 levantou o ânimo da torcida, que parecia prestes a cair.

O gol foi seguido de "ola", festa para jogadas mais insinuantes e protestos quando a arbitragem anulou de maneira equivocada o gol marcado por Hulk, após lançamento de Neymar. Fred, ao ser substituído, recebeu a maior ovação, quase um pedido de desculpas do Morumbi, que cumpriu seu papel.

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