Nem a proverbial disciplina germânica parece resistir a uma Copa do Mundo.

Por causa da diferença no fuso horário entre Brasil e Europa, sindicatos de trabalhadores da Alemanha começaram a pedir na última terça-feira para que os patrões sejam mais compreensivos em relação a esperados atrasos de seus funcionários durante o Mundial.

Se a seleção alemã avançar ao mata-mata do torneio, alguns de seus jogos podem ser transmitidos a partir das 22h no horário de lá, terminando por volta da meia-noite.

"Seria um gesto nobre dos patrões se eles mostrassem um pouco de flexibilidade durante a Copa", disse Robert Feiger, chefe do sindicato IGBAU, que representa trabalhadores dos setores de construção, engenharia e florestal.

"Empregadores e conselhos de classe deveriam conversar para readequar os turnos de trabalho, assim seus empregados poderiam assistir aos jogos da Copa", fez coro Michael Vassiliadis, do IG BCE, o sindicato dos trabalhadores da indústria química, da reciclagem e da mineração, nos quais o turno geralmente começa às 6h da manhã.

Na primeira fase do Mundial, a partida da seleção alemã que começará mais tarde será contra Gana às 21h no horário de lá (16h de Brasília). Mas, como o jogo será num sábado, não haveria problema para a maioria dos trabalhadores, que não precisariam acordar cedo em um domingo.

O "problema" é se o time de Joachim Low avançar de fase. Nesse caso, ficando em segundo ou em primeiro de seu grupo, os alemães jogariam de qualquer forma as oitavas às 22h no horário alemão.    

De acordo com o jornal Bild, alguns sindicatos de patrões já sinalizaram que vão considerar o pedido dos trabalhadores e fazer alterações nos turnos.

No começo do mês o governo já tinha feito concessões aos torcedores ao confirmar que permitirá exibições públicas de partidas da Copa até tarde da noite.

A Alemanha é considerada por muitos analistas uma das grandes favoritas a ser campeã no Brasil.