D'Alessandro reabre o Beira-Rio com dois gols e Inter vence o Peñarol
Jeremias Wernek
Do UOL, em Porto Alegre
A volta oficial do Internacional ao Beira-Rio não poderia ter roteiro melhor. Neste domingo, D'Alessandro marcou duas vezes e garantiu a vitória do Colorado em cima do Peñarol: 2 a 1. O argentino, figura máxima do time na atualidade, fechou a série de eventos que marcou a reinauguração do estádio.
Em Porto Alegre desde 2008, D'Ale foi o mais ovacionado pela torcida tanto no sábado – durante o espetáculo musical que remontou a história do clube, como na entrada em campo para o jogo festivo. E respondeu com dois gols de bola parada, ainda no primeiro tempo.
O clima no Beira-Rio era de festa total. Jorge Fossati, técnico do Peñarol, deixou de lado de lado a demissão em 2010 e a briga na Justiça por R$ 1,9 milhões e cumprimentou os dirigentes. Também foi aplaudido pelo público e trocou gentilezas com Abel Braga na beira do campo.
O Internacional fez o esperado e tomou conta do jogo desde o primeiro minuto. A formação recheada de reservas e de jogadores voltando de lesão deixou o Peñarol ainda mais frágil. E logo aos 4 minutos D'Alessandro abriu o placar.
Ídolo da torcida e símbolo de um Colorado multicampeão nos últimos anos, o argentino cobrou falta da intermediária e acertou o canto esquerdo do goleiro Lerda. Na comemoração, D'Ale se ajoelhou no gramado e chorou.
O domínio vermelho era tanto que o Peñarol quase não passou do meio-campo antes dos 15 minutos. Foi justamente ali que o time de Abel Braga ampliou o escore. Valdívia foi derrubado na área: pênalti. Na cobrança mais uma vez D'Alessandro. Chute rasteiro e 2 a 0.
"Eu sonhei com isto desde que o Beira-Rio começou a receber as obras. Mas nunca imaginei que faria dois gols. É muito emocionante fazer parte desta história", disse o gringo.
Com o escore dobrado o Inter relaxou e os uruguaios passaram a atacar. Raguso, Pacheco e Leyes arriscaram chutes. O maior perigo, porém, veio na bola parada. Pacheco não marcou graças ao desvio de cabeça da barreira, em uma falta frontal ao gol de Dida.
No intervalo Abel sacou quatro jogadores e passou a fazer experiências. Jorge Fossati também mexeu no seu time, mas seguiu vendo o Inter mandar no confronto. Rafael Moura chegou a marcar um belo gol por cobertura, mas o lance foi anulado por toque de mão.
Aos 12 minutos o estádio inteiro se levantou para prestar homenagem a Índio. Zagueiro bicampeão da Libertadores e campeão do Mundial de 2006, ele renovou contrato em dezembro justamente para participar da reabertura do Beira-Rio. D'Ale entregou a faixa de capitão em outra deferência ao camisa 3.
Depois, com mais seis trocas, o Inter passou a administrar o resultado. Mesmo assim Cláudio Winck quase ampliou a vitória, mas o chute saiu fraco e Lerda pegou firme. Aos 30 minutos o Peñarol aproveitou o ritmo mais fraco e descontou. Fernandez chutou de primeira após passe da direita, sem chance para Muriel – que já havia entrado na vaga de Dida. Antes do apito final os visitantes assustaram duas vezes, mas pecaram na pontaria e o Colorado saiu vencedor.
INTERNACIONAL 2 X 1 PEÑAROL
INTERNACIONAL
Dida (Muriel); Gilberto (Claudio Winck), Paulão (Índio), Ernando (Alan) e Fabrício (Alan Ruschel); Willians (Gladestony), Aránguiz (Jorge Henrique), Alan Patrick (Ygor (Thales)), D'Alessandro (Eduardo Sasha) e Valdívia (Wellington Paulista); Rafael Moura (Murilo)
Técnico: Abel Braga
PEÑAROL
Lerda (Gelpi); Macaluso, Bizera, MacEachen (Núñez) e Albín (Lima); Novick (Sandoval), Raguso (Silva) e Nandez (Medina); Pacheco (Fernandez), Leyes (Píriz) e Toledo (J. Rodríguez)
Técnico: Jorge Fossati
Data: 06/04/2014
Local: estádio Beira-Rio, em Porto Alegre
Árbitro: Jean Pierre Lima
Auxiliares: Altemir Hausmann e Tatiana Freitas
Cartões amarelos: Fabrício, Paulão (INT); Albín, Silva e Macaluso (PEN)
Gols: D'Alessandro, aos 4 e aos 15 minutos do primeiro tempo; Fernandez, aos 30 minutos do segundo tempo.