Torcedor faz festa em estreia da Arena das Dunas após briga do lado de fora
Tiago Dantas
Do UOL, em Natal
O primeiro jogo oficial da Arena das Dunas, estádio da Copa do Mundo em Natal (RN), foi disputado neste domingo, 26. O time da casa, América-RN, venceu o Confiança por 2 a 0, com gols de Adalberto e Adriano.
A arquitetura do novo estádio foi elogiada por quase todos os torcedores. Os espectadores também se mostraram satisfeitos com o sistema de áudio, a iluminação e a posição das cadeiras, que permitem uma boa visão do campo.
Nem tudo foi festa. Do lado de fora do estádio, houve um princípio de briga entre torcidas. No terreno da arena, era possível comprar bebidas alcoólicas, embora não fosse permitido passar a catraca com elas.
Antes do início do primeiro jogo, por volta das 14h30, a polícia prendeu dois torcedores do ABC, que disputaria partida contra o Alecrim às 19h também no novo estádio potiguar.
A dupla foi perseguida por policiais militares após atirar na direção da torcida uniformizada do América na Avenida Marechal Gouveia, a cerca de 3 quilômetros da arena. Ninguém ficou ferido e duas armas foram apreendidas.
Já no terreno do estádio, entre o bloqueio feito pela Polícia Militar e as catracas, duas tendas vendiam bebidas alcoólicas. A lata de cerveja saía a R$ 5 e a dose de whisky a R$ 10.
Torcedores do ABC, time que só jogaria às 19h, preferiram ficar ao redor das tendas do que assistir ao jogo do rival América. Outras barracas vendiam pastel.
Questionado se a venda de bebida alcoólica no terreno do equipamento esportivo é permitido, o gerente de marketing da Arena das Dunas, Artur Couto, afirmou que tudo está sendo feito dentro da lei. "A lei diz que a venda de bebida é proibida da catraca para cá. Estamos cumprindo a lei."
As lanchonetes oficiais do estádio anunciam a venda de cerveja. Atendentes disseram, porém, que só vendem cerveja sem álcool, por R$ 5. Cachorro quente custa R$ 7 e churrasco com farofa, R$ 10.
Na chegada dos torcedores, filas só se formaram no guichê que atende os sócios-torcedores do América. Cerca de 100 pessoas cujos cartões não foram lidos na catraca se aglomeravam no local.
O estudante de pós graduação Fernando Barbosa de 27 anos, mora no Rio, mas comprou o cartão de sócio para ir aos jogos nas férias em Natal. "Na hora de ler o código de barras o cartão não funcionou."
O representante comercial Orestes Nazário, de 42 anos, teve o mesmo problema só no cartão do filho, de 11 anos. "Fiz no mesmo dia. Não faz sentido um funcionar e outro não."
A OAS disse que iria verificar com o clube qual foi o problema.
Torcedores também reclamaram da falta de funcionários para orientar a chegada. A administradora da arena informou que todas as catracas tinham pelo menos dois orientadores.
O cadeirante Elizário Souza, de 42 anos, não consegui chegar até o portão M, conforme estava marcado em seu ingresso, pois teria que atravessar um desnível coberto de grama. Após 10 minutos de indefinição, porém, ele foi encaminhado para outro portão.
O gerente de marketing da Arena classificou o primeiro evento no estádio como um sucesso. "Tudo deu certo. Temos alguns ajustes, mas a operação funcionou muito bem", disse Artur Couto.