Presidente do Atlético-PR culpa governo por atraso na Arena da Baixada

Do UOL. em São Paulo

A obra da Arena da Baixada está atrasada devido à demora do governo do Estado do Paraná e da Prefeitura de Curitiba em liberar dinheiro para o Atlético-PR. Essa é a opinião do presidente do clube, Mauro Celso Petraglia. A declaração foi dada no início da noite desta quinta-feira, 23, na rádio oficial do Atlético.

Na entrevista, o dirigente garantiu que o estádio ficará pronto no prazo, mas afirmou que não fará nenhum evento-teste ou partida de abertura antes da Copa do Mundo. Petraglia também disse que o gramado da arena começará a ser plantado nesta sexta-feira e estará pronto em uma semana.

"Só faltou uma coisa para esse estádio estivesse pronto: compromisso do governo do Estado e da prefeitura com a liberação de verbas que não foi cumprido", afirmou Petraglia. Não quero atribuir isso à culpa de A, B ou C. Mas sem caixa você não paga funcionários, não dá confiança para os empreiteiros, e isso gera insegurança na obra."

Na opinião do dirigente atleticano, os protestos de junho de 2013 pressionaram os políticos a evitar colocar dinheiro público em obras privadas. "A Copa do Mundo virou a Geni dos protestos de maio. Todo mundo queria jogar m.... na Geni. Os políticos se encolheram e disseram: 'não há condições de por dinheiro público em obra privada.'"

Além da demora para liberação do dinheiro, Petraglia reclamou das paralisações à obra impostas pela Justiça do Trabalho. "Tivemos interdições por questões políticas. Paralisação do Ministério Público do Trabalho na nossa obra, que não teve um acidente? Algumas obras no país que tiveram várias mortes e não tiveram uma paralisação. Por quê?"

Admitindo que a entrevista à rádio CAP estava virando um desabafo, o dirigente declarou que não receber apoio dos governos estadual e municipal após o ultimato dado pela Fifa seria uma "molecagem". "Seria uma coisa infantil chegar onde chegamos e não ter o apoio final de ter o cumprimento dos compromissos."

Os problemas começaram na semana do dia 15, quando o estádio foi visitado pelo diretor de estádios da Fifa, Charles Botta. Em seu relatório, Botta teria dito que a Arena da Baixada não ficaria pronta no prazo, segundo Pretaglia. A Fifa enviou o documento ao Ministério do Esporte, que comunicou a Presidência da República. 

Uma semana depois, três medidas foram anunciadas: o aumento em quase 30% no número de funcionários na obra, a liberação de um financiamento de R$ 39 milhões do governo do Estado e a criação de um grupo com técnicos do governo para gerenciar a obra.

A retirada de Curitiba da Copa seria uma "vergonha nacional", na opinião do presidente do Atlético-PR. "Vamos ter fôlego final para que a Copa não saia de Curitiba, para que não tenha essa vergonha nacional, reconhecimento da nossa incompetência de gestão, de harmonia entre os entes, de proatividade."

Sobre a realização de um jogo de abertura, Petraglia relatou que recebeu uma recomendação da Fifa de não utilizar o estádio até a Copa. "Estávamos sendo pressionados pelo COL para ter jogos-teste. A Fifa é contra, não quer mais jogo nenhum na Arena, não quer nenhuma partida de inauguração. Não quer por em risco o gramado. Não teremos nada até a Copa do Mundo."

Perguntado sobre o custo do estádio, que é praticamente o dobro do orçamento inicial, o dirigente respondeu que correções na previsão de gastos são normais. "Mesmo tendo subido alguns percentuais além da inflação, teremos custo menor do que R$ 6 mil por assento. E isso é menos que a metade da média nacional. No Rio de Janeiro, o custo foi de quase R$ 20 mil. Em Brasília então foi um escândalo."

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