O Ministério do Trabalho e Emprego e a construtora Odebrecht assinaram um acordo nesta quinta-feira, 19, para reduzir a carga horária dos operários do Itaquerão, estádio de abertura da Copa do Mundo, na zona leste da capital. As partes também concordaram em fazer uma nova perícia no guindaste que caiu em 27 de novembro, causando a morte de duas pessoas.

O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foi contratado para fazer uma perícia no equipamento danificado, a pedido do ministério. O guindaste também está sendo periciado pelo IC (Instituto de Criminalística), que entregará seu laudo à Polícia Civil.

A perícia do IPT analisará a resistência do equipamento e a situação do solo onde ele estava assentado. A expectativa da Odebrecht é que parte do trabalho possa ser feita no laboratório, liberando a área do acidente, que ainda está interditada.

O acordo assinado nesta quinta proíbe hora extra para os operadores de guindaste. Os demais funcionários terão que ter uma carga de horas extras aprovadas. Para evitar perdas salariais, quem não fizer hora extra ganhará uma indenização calculada com base na média de horas trabalhadas.

Além disso, a Odebrecht se comprometeu a contratar até 80 funcionários nos próximos 30 dias. O acordo proíbe, também que operadores de guindastes e funcionários que trabalham na cobertura façam qualquer tipo de obra no período noturno - das 20h às 6h.

O excesso de horas trabalhadas pelos operários ficou em evidência após a morte de dois trabalhadores em 27 de novembro, quando o guindaste que levantava uma peça da cobertura da arena caiu. O sindicato paulista de construção civil denunciou que as pessoas estavam trabalhando sem folga no Itaquerão.

O sindicato da construção civil do Amazonas também denunciou o excesso de horas trabalhadas pelos operários que estão construindo a Arena da Amazônia, em Manaus. No último fim de semana, dois funcionários morreram no canteiro de obras.

As causas do acidente no novo estádio corintiano ainda não foram esclarecidas. Peritos do IC (Instituo de Criminalística) ainda trabalham no laudo. A Polícia Civil pretende pedir mais tempo para concluir a investigação, prevista inicialmente para terminar no próximo dia 27. O inquérito deve ser concluído no ano que vem.