Palco do jogo do Brasil foi cenário do golfinho sequestrado de Ace Ventura
Gustavo Franceschini
Do UOL, em Miami (EUA)
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Doug Benc/Getty Images
Mascote atual do Miami Dolphins, de pelúcia; nos anos 1960, um golfinho de verdade animava o público
O estádio no qual o Brasil enfrentará Honduras, neste sábado, às 22h30 (horário de Brasília), tem tudo a ver com o filme "Ace Ventura: Detetive de Animais", hit dos anos 1990. Casa do Miami Dolphins, time da NFL, o estádio Sunlife era a casa do golfinho Snowflake, sequestrado pelo vilão do filme para atacar o maior ídolo do time da Flórida.
O roteiro, estrelada por Jim Carrey, foi um sucesso de bilheteria e ajudou a transformar o ator e seu personagem em figuras importantes da cultura pop. Na trama, um ex-jogador frustrado sequestra a mascote viva dos Dolphins para atacar Dan Marino, grande herói do time e por quem o vilão se sentia prejudicado.
O crime priva os torcedores do time de Miami de vibrarem com as piruetas de Snowflake, que animava o estádio a cada touchdown do time da casa. A apresentação inusitada diante de uma multidão enlouquecida pelo futebol americano pode parecer loucura, mas foi inspirada em uma história real.
Nos anos 1960, os Dolphins tiveram sua própria mascote viva, o Flipper, que costumava se apresentar em um tanque no Orange Bowl, o antigo estádio da franquia. Hoje demolido, o local tinha o formato de uma ferradura, e o golfinho e seus treinador ficavam posicionados no vão livre da construção, fazendo exatamente as piruetas que Snowflake faria décadas depois, no filme de Ace Ventura.
Flipper levava esse nome por conta da série de TV sobre um golfinho inteligente que fez grande sucesso no período, e ocupou seu lugar cativo no estádio até 1968. O estresse causado pela apresentação diante de milhares de pessoas, porém, deu ao animal uma aposentadoria antecipada, e ele foi retirado de seu tanque para só retornar nas telonas, já nos anos 1990.
MIAMI TEVE MASCOTE VIVO EM 1960
No sul dos Estados Unidos, as apresentações com mamíferos aquáticos são bastante comuns como atrações turísticas. Em Miami, os maiores especialistas no assunto são do Miami Seaquarium, local que recebeu Flipper nos anos 1960 após a aposentadoria do animal.
Hoje, Flipper é representado nos jogos dos Dolphins, no estádio Sunlife, por TD, nome carinhoso dado à mascote de pelúcia, em uma brincadeira com a expressão "The Dolphin" (ou "O Golfinho", em português) e o termo touchdown, que indica a pontuação máxima do futebol americano.
Neste sábado, por se tratar de um jogo da seleção brasileira, ele não deve estar presente em campo, mas certamente será lembrado pelo fã do Miami Dolphins que for ao estádio. O Brasil enfrentará Honduras às 22h30, com acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte.